‘Situação que vai passar’, afirma mineiro que estava em Israel

Publicado:

“É uma situação que eu sei que vai passar. Assim como outras já passaram”. A afirmação é de Marcos Zagury, mineiro que estava em Israel quando os ataques terroristas começaram e que conseguiu voltar para o Brasil na última sexta-feira (13/10). Ele, a esposa, a sogra e duas filhas menores de idade, estavam entre os 69 brasileiros que deixaram Tel Aviv em um voo humanitário da Força Aérea Brasileira. 
  • Leia: Guerra em Israel: grupo de mineiros desembarca em Confins, na Grande BH
Marcos estava em Israel visitando a filha, que vive e estuda no país. Em entrevista ao Estado de Minas, ele contou que estava em Jerusalém quando os ataques começaram, no sábado (7/10). Por estar com a família, eles decidiram voltar para o Brasil mais cedo, no entanto, todos os voos que saíam de lá foram cancelados. 
“Diante da falta de perspectiva de volta, e eu com as crianças, apareceu a oportunidade de preencher os formulários da embaixada, com as características de todo mundo, idade e tal. E nós fomos selecionados para voltar nos primeiros voos da FAB. E dito e feito, a embaixada do Brasil em Tel Aviv foi muito organizada, juntou o grupo, explicaram bem claramente o que iria acontecer, ofereceram um ônibus até o aeroporto, sempre com alguém da embaixada junto acompanhando”, conta. 
A família teve então que sair da capital de Israel, continuar o roteiro da viagem, e seguir para Tel Aviv, na costa israelense do Mar Meditarrâneo. Na segunda cidade, mais próxima do centro dos ataques, eles passaram a ouvir barulhos de bombas sendo interceptadas no ar. E, um dia antes da partida deles, um projétil caiu em frente ao local em que estavam. 
“Em Tel Aviv a gente ouvia os barulhos das bombas, porque eles fazem a interceptação ainda no ar, mas algumas acabam caindo. E de fato uma caiu bem em frente onde estávamos, mas caiu dentro do mar. Mas já sabendo que íamos embora no dia seguinte”, relata Marcos. 
Parte da família de Marcos ficou em Israel. A filha do casal, que mora no país, resolveu manter suas atividades por lá. Com orgulho, ele relata que a jovem é voluntária. 
“Eu conheço Israel, morei lá, sei como é a situação por lá. O país já passou por outras situações como essa. Mas sei que onde ela está, ela vai ficar bem. É uma situação que eu sei que vai passar. Assim como outras já passaram”, complementa.

Voo 

O terceiro voo da operação Voltando em Paz aterrissou no Aeroporto de Guarulhos, nessa sexta-feira (13/10), trazendo 64 brasileiros, entre eles, 10 mineiros. A aeronave deixou Israel na quinta-feira (12) com 69 pessoas, sendo que cinco desembarcaram ainda nessa sexta na Base Aérea da Aeronáutica em Recife, antes de chegarem a São Paulo, pela manhã. 
Marcos conta que a vinda de Israel para casa, normalmente, é feita cruzando países da África. As aeronaves fazem um pouso em Cabo Verde, a federação mais próxima do Brasil, para abastecer e finalmente passar pelo Atlântico. No entanto, dessa vez os voos tiveram que passar pela Europa, pousando em Lisboa e seguindo para Cabo Verde. 
O mineiro explica que conversou com alguns militares que acompanhavam o voo humanitário, que lhe afirmaram que a “volta” pela Europa foi necessária porque o espaço aéreo de alguns países africanos estava fechado, mesmo para voos humanitários. 

Guerra em Israel

No sábado (7/10), o grupo extremista islâmico Hamas bombardeou Israel em um ataque surpresa, considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Desde então, milhares de mísseis foram disparados e dezenas de homens armados invadiram o território israelense a partir da Faixa de Gaza. Em seguida, o governo de Israel anunciou a guerra e lançou uma contraofensiva.
No mesmo dia em que o conflito foi iniciado, o governo brasileiro montou um gabinete de crise. Form acionadas as embaixadas do Brasil em Tel Aviv, Israel, e em Cairo, no Egito, além do escritório de representação em Ramala, na Palestina. 
Desde então, mais de 2,7 mil brasileiros já manifestaram interesse em retornar ao país. 

image

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Onde a morte não é o fim da vida

  O Museu de Ciências Morfológicas (MCM) da UFMG é responsável pela extensão entre o estudo de células, embriões, tecidos e anatomia com toda a comunidade da capital. Fundado há 27 anos pela professora Maria das Graças Ribeiro, o museu é focado no ser humano, com a maioria da exposição sendo composta por materiais reais.

Chuva: Sete Lagoas registra alagamentos e pessoas desalojadas

O município de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de BH, foi atingido por fortes chuvas no fim da tarde desta terça-feira (31/10). Há registro de moradores desalojados e alagamento em muitas avenidas. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pessoa chegou a ficar ilhada, porém, conseguiu sair do local sozinha.  Cerca de dez casas, localizadas no

Médico é preso por crime sexual no interior de Minas Gerais

Portal Gerais* Um médico, de 37 anos, foi preso em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, nesta terça-feira (31/10), suspeito de crime sexual ocorrido em Nova Serrana. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Conforme o delegado responsável pelo caso, Diógenes Caldas, as investigações tiveram início em maio deste ano. Uma paciente procurou a polícia