Mãe denuncia que erro médico encurtou braço de menino com deficiência

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Guilherme Gomes, 8 anos, tem deficiência intelectual. Ele quebrou o braço no início deste ano e precisou ser submetido a cirurgias ortopédicas em um hospital particular de Taguatinga. Após os procedimentos, o braço do garoto continuou visivelmente torto, com uma fratura evidente, o que lhe provocava muita dor.

De acordo com a família, o médico responsável garantiu que tudo estava correto e a situação fazia parte da recuperação. Meses depois, o menino precisou passar por novos procedimentos e teve o membro encurtado.

Mãe do garoto, Liliane Leite também indica que o médico não teria usado hastes de fixação do osso, que foram pagas pelo plano de saúde. “Ao passar dos dias, meu filho começou a ter uma deformação inaceitável no braço. Ele começou a ter o braço muito torto, entortou ao extremo. Eu passei por nove consultas com esse médico. Nas nove, eu perguntava para o doutor se era assim mesmo. Ele falava para aquietar meu coração, que estava certo, que ele vai crescendo e o osso vai se alinhando”, conta.

Aflita com a situação, em que o menino começou a perder os movimentos do punho e do cotovelo, a mãe procurou outros centros clínicos. Os cirurgiões apontaram que havia erros grotescos. Os novos raio-x mostravam o tamanho da deformidade.

“Meu filho não tem previsão certa de alta. Já fez mais de 60 sessões de fisioterapia e não tem previsão de alta. O novo médico, de imediato, solicitou todos os exames […] “. A família teve que se desdobrar para acompanhá-lo nas terapias, sempre se prejudicando no trabalho por conta das ausências. Até hoje, o garoto não recuperou os movimentos do braço e continua sentindo muita dor.

Após os problemas, que causaram a redução do braço do menino, Liliane retornou ao primeiro profissional que atendeu a família, o responsável pelos supostos erros. À mãe, ele reconheceu a condição do menino e afirmou que poderia fazer uma cirurgia corretiva.

“O Guilherme agora está melhor, mas, até a cirurgia de correção, ele estava muito abatido, triste, com medo de se machucar de novo e ter que fazer uma nova cirurgia devido aos traumas”, comenta a mãe. A mulher relata que o menino foi alvo de bullying na escola por conta do braço, o que prejudicou seu desempenho escolar.

Ao Metrópoles, o médico garantiu que procedimentos foram corretos e as lesões que surgiram posteriormente foram causadas por outras questões relacionadas à recuperação. O ortopedista ainda exemplificou que novas quedas podem ter gerado as fraturas mais recentes.

O cirurgião também garante que todos os equipamentos citados no relatório médico foram usados. Ele compartilhou imagens de raio-x que evidenciariam sua explicação. Atualmente, o caso é investigado como lesão corporal pela 12ª Delegacia de Polícia.

Procurado, o hospital particular não havia emitido parecer até a última atualização desta reportagem. O texto será atualizado tão logo a unidade de saúde envie posicionamento oficial.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Após quase um mês internada, mulher atropelada e arrastada por 1 km morre em São Paulo

Tainara Souza Santos, 31 anos, morreu nesta quarta-feira (24) no Hospital das Clínicas, onde estava internada desde o dia 29 de novembro, após...

Mulher morre atropelada em garagem de empresa de ônibus

Uma mulher, cuja identidade não foi divulgada, morreu atropelada por um ônibus dentro da garagem da URBI, na QR...

Saúde e vida longa a Bolsonaro para que pague pelos seus crimes

Resumo objetivo: Exames indicam que Bolsonaro está apto para a oitava cirurgia desde a facada de 2018; a intervenção prevista é para tratar...