Após discurso de Mourão, “paquita da ditadura” volta às redes sociais

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Após o senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) usar a tribuna do Senado para conclamar as Forças Armadas a reagirem contra “processos ilegais” conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o termo “paquita da ditadura” voltou a figurar na lista de assuntos do momento do X, o antigo Twitter.

Em pronunciamento no plenário na quinta-feira (8/2), Mourão criticou a operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que investiga acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O senador disse que o Brasil vive uma situação de “não normalidade”. Depois repetiu argumento que as Forças Armadas precisam reagir aos “arbítrios” contra militares por parte do STF.

“Não tenho a mínima dúvida de que estamos caminhando para a implantação de um regime autoritário de fato no país”, disse Mourão. “O que se vislumbra nessa onda de prisões e apreensões deflagradas é a intenção de caracterizar as manifestações da população como fruto de uma conspiração golpista”, completou o parlamentar, na tribuna do Senado.

Nesta sexta (9/2), diante da repercussão negativa, a assessoria de comunicação de Mourão soltou nota alegando que ele é “legalista” e “não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”. Veja mais abaixo a íntegra da nota.

O discurso de Mourão está sendo motivo de ironia nas redes sociais. Com memes, os internautas trouxeram um “apelido” de Mourão que viralizou em 2022 de volta à tona. Naquele ano, Mourão começou a ser chamado de “paquita da ditadura” após ir às redes sociaisem 27 de novembro de 2022, e chamar “comunistas” de “traidores da pátria”. E que estes já “intentaram contra o Estado e o povo brasileiro” em outros momentos da história. “Eles que venham, não passarão!”, postou Mourão, na época, gerando a onda de ironia.

Na época, o tuiteiro Lázaro Rosa compartilhou o ocorrido no próprio perfil, e o “apelido” acabou viralizando na web. O termo paquita é uma referência ao grupo de assistentes da apresentadora Xuxa, famoso nas décadas de 1980 e 1990.

Agora, ao criticar as operações da PF, que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu núcleo mais próximo, o senador volta a ser alvo. Veja exemplos de postagens: 

Outro lado Veja a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Mourão:

Nota à imprensa

Sobre o discurso proferido em 08/01 pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS), no plenário do Senado Federal, a assessoria de comunicação do gabinete do parlamentar esclarece que:

• O Senador Hamilton Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso “…afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo…”;

• Quando afirmou que “os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais”, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe;

• A referência feita é relacionada a processos ilegais conduzidos em casos envolvendo militares da ativa e à necessidade de ação das Forças Armadas e da Justiça Militar, na instauração de inquéritos policiais militares (IPM) para a condução de investigações, em caso de militares da ativa supostamente envolvidos em irregularidades, no exercício de cargos e funções de natureza militar;

• Os Comandantes das Forças Armadas são integralmente responsáveis pelos militares da ativa, cabendo-lhes atuar, com suas ferramentas, quando algo tiver de ser investigado. Em caso de comprovação de cometimento de algum tipo de crime não afeto à Justiça Militar, cometido por militar da ativa, a responsabilidade será da justiça comum, na instância pertinente;

• O senador é e sempre será legalista, guiando todas suas ações na vida pública sempre com respeito à Constituição e às leis;

• Quaisquer alegações e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem (08/02) são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daqueles que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição.

Brasília, 09/02/202

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