Baleia defende marqueteiro ligado a Valdemar na campanha de Nunes

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São Paulo – A operação da Polícia Federal (PF) que mirou Jair Bolsonaro (PL) e aliados na semana passada, por causa de um suposto plano de golpe de estado, não abalou a confiança da coordenação da campanha do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), no marqueteiro Duda Lima, que é ligado ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, um dos alvos da operação e que chegou a ser preso pela PF.

Duda foi indicado a Nunes por Valdemar e Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro. O marqueteiro trabalhou na campanha do ex-presidente pela reeleição, em 2022, e deve ficar à frente da comunicação do prefeito em sua tentativa de reeleição.

“O Duda Lima, como estrategista da pré-campanha, tem total confiança do prefeito Ricardo Nunes e da coordenação da pré-campanha. Então, não há nenhuma dúvida que ele continua trabalhando e não há nenhum questionamento sobre a confiança que o prefeito tem no trabalho dele”, disse ao Metrópoles, neste domingo, o presidente do MDB, Baleia Rossi, coordenador da pré-campanha de Nunes.

Nos últimos dias, após a operação que chegou a prender Valdemar (flagrado com uma arma ilegal durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua casa) e que reteve o passaporte do ex-presidente, estratégias atribuídas a Duda na pré-campanha de Nunes passaram a ser questionadas por outros aliados do prefeito que também trabalham por sua reeleição.

Um dos pontos usados para atacar o marqueteiro foram sugestões que Duda teria feito, ainda no fim do ano passado, de se evita conflitos com a Enel, concessionária de distribuição de energia na cidade, que vem sendo criticada por apagões generalizados em dias de chuva intensa.

Nunes, no fim de novembro, chegou a demonstrar uma postura de parceria com a empresa, nos primeiros dias de um apagão mais agudo que deixou residências sem energia por até cinco dias. Porém, conforme o tempo as passava, e o problema não era solucionado, o prefeito mudou de posição, e passou a atacar a empresa.

As críticas à empresa escalonaram a ponto de Nunes ter ido à Brasília, há duas semanas, procurar o Tribunal de Contas da União (TCU) para requerer o cancelamento do contrato do governo federal com a empresa, uma estratégia considerada acertada pelos aliados do prefeito.

Defesa a Duda Ao Metrópoles, Baleia defendeu as ações do marqueteiro no episódio. “[Duda Lima] teve um papel muito importante no momento em que nós tivemos a crise da Enel em São Paulo e o prefeito foi absolutamente duro, e cobrou cobrou a responsabilidade da empresa, porque sentiu a dor do povo paulistano e de todos aqueles que moram em São Paulo”, disse Baleia.

O presidente do MDB, contudo, adotou a mesma postura que Nunes vem tendo acerca do problema maior, os impactos que a operação contra Bolsonaro podem ter em sua campanha.

Tanto Baleia quanto Nunes têm evitado o tema, se esquivando de uma análise mais consistente sobre esses possíveis impactos. Provocado a falar sobre o assunto por jornalistas, Nunes vem dizendo que, a ele, interessa a administração da cidade e a entrega de obras e novos equipamentos públicos, dentre outras ações.

“Vamos focar [a campanha] na gestão do Ricardo Nunes. Está cada dia melhor e com entregas para melhorar a vida de quem vive em São Paulo”, disse Baleia.

O prefeito gastou parte importante de seu capital político no ano passado com ofensivas a Bolsonaro para que ele declarasse apoio à sua candidatura.

Por essa estratégia, passava tanto angariar votos dos eleitores fieis de Bolsonaro quanto evitar que o grupo político do ex-presidente lançasse um nome à disputa – o que traria risco até de Nunes se ver fora do segundo turno.

O apoio de Bolsonaro foi apalavrado a Nunes por intermédio de Valdemar, que no começo da semana passada chegou até a ir a uma reunião na Prefeitura oferecer nomes de possíveis vices para o prefeito (que já tivessem aval de Bolsonaro).

Agora, porém, Valdemar e Bolsonaro estão proibidos, por uma medida cautelar expedida pelo ministro Alexandre de Moraes de se conversarem, o que pode comprometer as articulações da aliança traçada pelo prefeito.

Outros aliados de Nunes, como o União Brasil, já viram nessa atual conjuntura espaço para pleitear o posto de vice no lugar de um nome do PL sancionado por Bolsonaro.

Além disso, Nunes tem sido questionado em suas agendas públicas acerca do apoio de políticos suspeitos de bolar um golpe contra a democracia.

Esses fatores, porém, segundo Baleia, não colocaram em xeque o nome do marqueteiro de Valdemar e Bolsonaro na pré-campanha do prefeito.

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