Procissão do Senhor Morto marca Sexta-feira da Paixão em Feira de Santana

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A procissão do Senhor Morto, marcada pela tradição em Feira de Santana, reuniu, nesta Sexta-feira Santa (29), centenas de fiéis e autoridades que percorreram as principais avenidas do município, celebrando a Paixão e Morte de Jesus.

O cortejo, que acontece logo após liturgia da Paixão na Catedral Metropolitana de Senhora Sant’Ana, também concebe, aos católicos, a reflexão sobre o momento em que Jesus foi descido da cruz e levado à sepultura.

Ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o Pároco da Catedral Metropolitana de Sant’Ana, o Pe. Paulo Tarso Bispo, explicou sobre a mensagem de fé que a data representa aos fiéis, como o sacrifício da humanidade.

“A procissão não acontece em todos os lugares do mundo. Aqui no Brasil, sobretudo na região Nordeste, é que tem uma ênfase maior, de cunho assim, podemos dizer, devocional, mas é de uma riqueza muito grande para o nosso povo, para a nossa gente. Então, o propósito é exatamente para a gente reconhecer a grande mensagem do dia de hoje, de toda Semana Santa, que é o amor de Deus. A mensagem da Semana Santa, da Sexta-feira Santa, é exatamente um Deus que por nos amar tanto por nós se entregou, morreu na cruz para nossa salvação”, disse.

Ainda de acordo com o pároco, a preparação para a morte de Jesus celebrada neste dia, foi iniciada ainda no início da quaresma, na quarta-feira de cinzas. Também hoje, dá-se início ao Tríduo Pascal, os três dias que revelam a memória, morte e ressurreição de Cristo.

“Nós estamos no Tríduo Pascal. Começamos ontem à noite, finalzinho da tarde, e estamos vivendo o primeiro dia do Tríduo Pascal. E o sentido espiritual deste tríduo, hoje, amanhã e domingo, é exatamente o ponto alto da nossa fé cristã. Para termos uma ideia, nós começamos a preparação do dia de hoje na Quarta-feira de Cinzas, 14 de fevereiro. Então, foram vários dias, várias semanas de preparação, vivendo o jejum, a oração, a abstinência, várias práticas quaresmais, exatamente para chegarmos bem preparados nesse momento em que celebramos a Páscoa de Jesus, que para nós cristãos, é o ponto alto da nossa fé. Esse é o grande propósito”.

TRAJETO

O trajeto neste ano, também de acordo com Paulo Tarso, foi percorrido entre as Avenidas Presidente Dutra e Senhor dos Passos, até retornar à Praça da Matriz.

“O trajeto, saímos da Catedral, vamos contornar a Praça Padre Ovídio, seguiremos pela Presidente Dutra, entraremos na Casa da Saúde Santana, fazendo a Senhor dos Passos, tomaremos a Getúlio Vargas e depois a Conselheiro Franco, chegando aqui na Praça da Matriz”.

CANTO DA VERÔNICA

Um dos momentos mais emocionantes da procissão, o canto da Verônica simboliza o momento em que a mulher limpa o rosto de Jesus durante o caminho até o calvário e seu rosto fica estampado de sangue.

Para o pároco, esta é uma passagem essencial no trajeto, que evidencia a compaixão da mulher por Jesus. “O Canto da Verônica é um momento sublime que se vive neste período de quaresma, sobretudo no dia de hoje. Nós fazemos na procissão do encontro na quarta-feira e hoje na procissão do Senhor Morto. Então, esse é um canto muito antigo, uma tradição muito bonita, em que a Verônica, ela canta, lembrando uma passagem bíblica mesmo, a caminho do calvário, tem essa mulher que vai e enxuga o rosto de Jesus. E a face de Jesus fica impressa no pano, e a Verônica canta: ‘Ó, vós, homens, que passais pelo caminho, vedes a dor, igual a minha dor’. Então ficamos todos emocionados e com certeza é um momento muito esperado e muito bem celebrado por nossas comunidades no dia de hoje”.

Também presente na procissão, o Arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro, falou sobre a renovação da fé que é recordada nesta sexta-feira.

“Seguindo os passos de Jesus, fazendo memória a sua entrega total, de uma vez por todas na cruz, salvando e libertando toda a humanidade, compreendendo que a cruz é o sinal maior da solidariedade humana para cada homem e mulher, toda pessoa humana. Ao celebrar a Paixão de Cristo, nós renovamos o mistério da nossa fé. A morte não tem a última palavra, Jesus na sua entrega da cruz nos redime e nos salva”, contou.

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