Baiano celebra estreia no audiovisual com série ‘Justiça 2’ após 10 anos de carreira: “Conquista coletiva”

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Dos palcos do Teatro Vila Velha para a tela da Globoplay, o baiano Ariel Ribeiro, de 28 anos, fez um longo caminho em busca do lugar ao sol e coloque na conta 10 anos de carreira até a primeira oportunidade na TV aparecer. 

 

Cria da Boca do Rio, o rapaz é um dos novos nomes que integram o elenco da 2ª temporada de ‘Justiça’, série da autora baiana Manuela Dias, e não esconde a felicidade em poder alcançar um novo público com a aparição no seriado.

 

“É um momento muito importante para mim. Tem uma responsabilidade grande, mas se eu estou ali é porque eu tinha que estar. É uma conquista que não é só minha, é coletiva. É de Salvador, é dos grupos de teatro que eu vim, porque o teatro é isso, é coletivo. Não desvalida todos os meus outros projetos de teatro e musical, dentro e fora do Brasil, mas é muito significativo para mim estar nesse projeto nesse momento da minha carreira. Estou trabalhando com uma autora baiana, com um elenco muito talentoso e, para mim, é um novo segmento no ramo da atuação. Estou abrindo uma porta que promete ser muito próspera. É importante para o ator estar em todas as áreas”, conta Ariel em entrevista ao Bahia Notícias.

 

 

O baiano, que viajou por diversos países na época que integrou companhias internacionais como Espanha, Costa Rica (Los INNatos) e França (Cotorsionesis), desembarcou em Brasília para gravar a participação em ‘Justiça 2’ e confessa que a experiência o mostrou algo completamente diferente do que já foi vivido por ele.

 

“O set tem uma coisa que as vezes assusta. O meu primeiro set verdadeiramente foi uma coisa assustadora. Foram muitas pessoas, cada uma com suas funções e você faz parte daquela engrenagem. O que teve de assustador foi o meu primeiro set, foi delicado porque foi lá em Brasília, em Ceilândia, foi uma noturna e tudo precisava estar no momento certo porque se não viesse o trem a gente teria que esperar mais para gravar”, conta.

 

Na trama, a história do personagem de Ariel tem ligação com os personagens de Juan Paiva e Jéssica Marques, que também é baiana. Também motoboy, o personagem verá o grande amigo, Balthazar, ser preso após ser acusado de assalto pelos ex-patrões, interpretados por Marco Ricca e Maria Padilha.

 

Ariel Ribeiro ao lado das baianas Raíssa Xavier e Jessica Marques / Foto: Instagram

 

Ao site, Ariel conta que a realidade mostrada na série de Manuela Dias não é algo muito diferente do que viveu em Salvador e disse que quase viveu um trabalho de campo antes mesmo de saber que um dia daria vida ao personagem.

 

“Para mim, não é uma realidade distante. Eu fui criado aqui na comunidade da Boca do Rio e a vida da galera que é cobradora de ônibus, manicure, motoboy, do povo que faz a engrenagem acontecer, eu sempre convivi com isso. Na pandemia eu quase precisei trabalhar nesse ramo de entrega, eu quase fiz o trabalho de campo sem saber que iria interpretar um motoboy. Mas para mim, é super importante. Eu venho do teatro Villa Velha, que é o teatro que me formou como artista de guerrilha, e não se afasta do teatro como ato político e ‘Justiça’ é isso. É muito significativo estar nesse projeto, porque ao mesmo tempo que ele fala sobre questões é um projeto que vai se eternizar. Ele dá voz a minha comunidade, ao povo.”

 

 

 

 

 

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Levar a Bahia para o Brasil com a oportunidade no audiovisual é mais uma conquista a ser celebrada por Ariel, que faz questão de reforçar sobre a força do coletivo no teatro. Mas, para o jovem, ainda há chão para percorrer em busca da representatividade local na mídia nacional.

 

“Essa representatividade ainda não está no plano ideal para a gente, de soltar fogos e comemorar, mas tá havendo uma retomada. É tardia, porém é importante para a gente. É uma retomada não só baiana, mas nordestina também, tem muitos atores nordestinos ganhando espaço e é um momento importante para a gente, mas é complexo porque tem muita gente em busca dessa oportunidade para dar voz a nossa realidade. Eu levei anos vendo produtos serem feitos, vendo a nossa história sendo contada e não me sentindo representado. Hoje eu vejo uma nova geração, me incluo nessa, ganhando espaço e é lindo de ver esse movimento. Que mais gerações consigam esse espaço sem tanta dificuldade.”

 

Para alcançar o nacional, o trabalho vem de dentro. Formado pela Universidade de Teatro Vila Velha, Ariel retornou ao local como professor para passar os ensinamentos como ator e bailarino, através de workshops. O jovem conta sentir a vontade da nova geração em aprender e conquistar novos espaços.

 

 

 

 

 

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“Isso faz parte da minha formação, trocar essa experiência, levar a nossa bagagem artística para outras pessoas e produzir arte, independente de qual formato seja. Isso é o que nos alimenta, passar o conhecimento na cena local é muito importante, ainda mais quando você é um artista em trânsito, nesse movimento de ir e voltar. Eu continuo lecionando porque acredito no surgimento de muitos talentos. E faço questão de empoderar essas pessoas para que eles não se sintam solitários nessa busca pelo espaço, no processo de construção e migração para o eixo Rio-São Paulo”, conta.

 

Além da formação de novos profissionais, outro ponto importante da representatividade na arte é o consumo e a visibilidade para o que é produzido por aqui. Quanto do teatro cabe em Salvador, para além dos espaços físicos que recebem espetáculos? Há algum tipo de incentivo ao consumo da cultura? Questionado sobre a produção de arte e o espaço na mídia para as produções ‘made in Salvador’, Ariel foi direto:

 

“É um tema complexo, mas importante. Eu acredito que os olhos estão sendo voltados para Salvador há alguns anos, no turismo no consumo do verão, a beleza, a poesia. Mas a gente falando de cultura real, no plano anual, cinco, dez anos, e da classe se sentir estruturada, que não seja só uma prostituição no verão, é bem difícil. Ainda tem um turismo muito inconsciente e inconsequente em Salvador. Fico feliz que estão olhando para os espaços de cultura, tá tendo a reforma do teatro Vila Velha, mas ainda não é nem metade do que a gente pode fazer para colocar a cultura local nos holofotes.”

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