Uma colisão entre trens deixou ao menos 30 feridos, sendo dois em estado grave, nesta sexta-feira (10) em Buenos Aires, na Argentina, informaram funcionários do serviço de emergência da cidade, o SAME. “Não temos vítimas fatais, mas os cães ‘pentearam’ (revistaram) os vagões, atendemos 90 passageiros, 30 deles foram transferidos a hospitais, dois deles com traumatismo craniano, que foram levados de helicóptero”, disse à imprensa Alberto Crescenti, encarregado do SAME. Os dois feridos em estado grave são um dos maquinistas e uma passageira, de acordo com a imprensa local. O acidente ocorreu às 10h30 locais (mesmo horário em Brasília), quando um trem urbano com passageiros da linha ferroviária General San Martín colidiu com outro de manutenção que, por motivos que estão sendo investigados, estava parado no bairro de Palermo, segundo as análises preliminares. “Por enquanto, não há informação suficiente sobre a mecânica do acidente”, afirmou o prefeito de Buenos Aires, Jorge Macri, presente no local.
A empresa Trenes Argentinos informou, em um comunicado, que o acidente aconteceu quando um trem de passageiros com sete vagões “colidiu com uma locomotiva e um vagão de carga vazio” no viaduto Palermo. O trem havia partido de Pilar, na periferia norte da capital argentina, e levava passageiros até o terminal de Retiro de Buenos Aires. “O acidente ocorreu por razões que estão sendo investigadas e, como resultado, o vagão da formação vazia e a locomotiva e o primeiro vagão de passageiros descarrilaram”, acrescentou. O impacto ocorreu em um estreito viaduto próximo a avenidas de grande circulação rodeadas por parques, o que facilitou a evacuação aérea dos dois passageiros gravemente feridos. “Há dez hospitais que receberam os feridos”, indicou o secretário de Transportes, Franco Mogetta, sobre a operação. Segundo as autoridades, não há crianças entre as vítimas. Uma das hipóteses investigadas sobre as causas do acidente é uma falha no sistema de sinalização elétrica.
O roubo de cabos de alta tensão para a venda do cobre em seu interior é um problema frequente na Argentina, com casos de mortes e ferimentos graves por eletrocutamento. O titular da Fraternidade, sindicato dos maquinistas, Omar Maturano, denunciou à Radio 10 não só o roubo de cabos, como também deterioração das locomotivas e vagões. “Estão roubando os cabos de sinalização, há dez dias estamos pedindo que sejam consertados, mas não há peças de reposição, há uma degradação total da empresa, não apenas em relação às reposições para sinalização, mas também aos trens e vagões porque não há orçamento”, disse. Segundo Maturano, trata-se de um desfinanciamento da empresa estatal Trens Argentinos que visa “que uma empresa (privada) venha e a compre por um valor menor”. “Não somos a favor da privatização, mas sim de que seja concedida ao capital privado e que coloquem dinheiro na infraestrutura para que os trens funcionem como deveriam e com o número adequado de funcionários”, defendeu.
*Com informações da AFP
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