Manifestantes bloqueiam acesso a Buenos Aires em protesto ao corte de abastecimento por Milei

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Organizações sociais da Argentina bloquearam nesta terça-feira (7) o acesso a Buenos Aires e outras partes do país, em meio a uma série de protestos contra a política de ajuste e os projetos de reforma do presidente Javier Milei. Os movimentos culminarão em uma greve geral convocada pela maior central sindical do país, que está marcada para quinta-feira (9), a segunda convocada pelo sindicato CGT desde que Milei assumiu o cargo em dezembro. Os manifestantes exigem entrega de alimentos às cozinhas comunitárias que as entidades gerenciam e que dizem ter sido interrompida em dezembro, quando o governo de Javier Milei iniciou uma auditoria. A principal manifestação ocorreu por volta do meio-dia em frente à residência presidencial de Olivos, na periferia norte de Buenos Aires, onde centenas de manifestantes cobraram maior assistência do governo.

“A operação é uma pena porque aqui não há assassinos ou criminosos, há pessoas que estão com fome, necessitadas e que estão reivindicando, e têm o direito de fazê-lo”, disse o líder do protesto, Eduardo Belliboni, aos repórteres. Uma forte esquema de segurança envolvendo a Polícia Federal, o Corpo de Infantaria e a Gendarmeria foi montado ao redor da residência para evitar a aproximação dos manifestantes e desobstruir o trânsito. Caminhões equipados com jatos d’água e caravanas de policiais motorizados também participaram da operação, que foi implantada a vários quarteirões do local. Paralelamente, os organizadores anunciaram 500 bloqueios (piquetes) em todo o país, embora fora do raio da capital argentina, para tentar contornar o “protocolo antipiquetes” do Ministério da Segurança.

Os protestos ocorrem poucos dias depois de o governo ter obtido na Câmara dos Deputados, e graças ao apoio dos partidos aliados, a aprovação de dois projetos que contemplam reformas econômicas, estaduais e tributárias que desmantelariam regulamentações existentes há décadas. As iniciativas começaram a ser discutidas nesta terça-feira pelas comissões do Senado, onde, assim como na Câmara, o partido governista está em desvantagem. O peronismo e os partidos e organizações de esquerda opõem-se a propostas como a que aumentaria o período probatório nas empresas e eliminaria as multas aos empregadores que não registrassem os seus empregados, bem como a criação de um fundo de indenização voluntária.

Também rejeitam a possibilidade de que salários acima de determinado valor voltem a estar sujeitos a impostos – o que afetaria milhares de trabalhadores que agora estão isentos -, a isenções fiscais para empresas que fazem investimentos milionários e à regulamentação de ativos não declarados na Argentina e fora do país. A Argentina vive forte recessão econômica, com uma inflação anual próxima dos 290% e um ajuste fiscal que permitiu o primeiro superávit trimestral desde 2008, mas à custa do fechamento de órgãos públicos, milhares de demissões, corte de subsídios, aumento de tarifas e desvalorização de salários e pensões.

*Com informações do Estadão Conteúdo e da AFP

 

 

 

 

 

 

 

 

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