Rodrigo enfrentou uma fratura exposta que exigiu uma cirurgia. Ele teve que passar por um procedimento para colocar três pinos e uma placa, resultando em mais de um mês de afastamento do trabalho, conforme determinado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em um relato emocionante, Rodrigo expressou suas sensações de medo e dor intensa, chegando ao ponto de temer pela própria vida. Apesar de ter registrado um boletim de ocorrência, não viu avanço na investigação. Recentemente, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se envolveu no caso, solicitando uma investigação à Secretaria de Segurança Pública do DF devido à extrema violência sofrida.
O documento emitido pela Comissão menciona a importância de realizar a apuração do caso, investigar os fatos e responsabilizar os envolvidos de acordo com a legislação em vigor, garantindo transparência e acesso à informação para a vítima.
Apesar do envio do ofício em março, até o momento, não houve resposta por parte da secretaria. O veículo de imprensa Metrópoles buscou esclarecimentos junto à instituição, porém também não obteve retorno.
Em relação aos casos de homicídios motivados por homotransfobia, um caso chocante foi o de Elisvan dos Santos Morais, que espancou Boaz William da Silva de forma brutal, culminando em um assassinato qualificado. Elisvan torturou a vítima com um cabo de vassoura e posteriormente ateou fogo no corpo dela, levando a acusações graves pelo Ministério Público.
Outro caso marcante foi o assassinato de Júnior de Souza Nascimento, encontrado morto em um cisterna. As investigações revelaram que a vítima foi morta após supostamente ter feito um flerte com o agressor, João Mendes da Silva, que acabou usando uma picareta para cometer o crime bárbaro. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do encontro entre os dois, evidenciando a trágica sequência de eventos.
É alarmante observar a incidência de crimes motivados por ódio e preconceito, reforçando a necessidade de medidas concretas para combater a violência e garantir a segurança e dignidade de todos os cidadãos. A sociedade e as instituições devem unir esforços para promover um ambiente de respeito e inclusão, prevenindo tragédias como as mencionadas.A vítima faz gestos e solicita que a pessoa se aproxime. O criminoso atravessa a avenida, os dois dialogam e saem juntos do alcance da câmera de segurança. Até o momento, os investigadores não determinaram se havia algum conhecimento prévio entre eles ou se o primeiro contato ocorreu no dia do assassinato. João foi detido uma semana após o crime.
Homofobia e racismo
Outro caso ocorrido no ano passado envolveu a prisão em flagrante da síndica de um prédio em Vicente Pires. Ela proferiu ofensas homofóbicas e racistas contra homens gays e negros, apelidando-os de “viados escrotos”. Os homens tiveram sua casa invadida durante uma festa na noite anterior. Ao perceberem a presença de invasores, pediram a divulgação das gravações das câmeras de segurança.
“Ela se recusou a mostrar as imagens. Nos ofendeu e nos chamou de ‘viados escrotos’, além de ter sido racista. Disse que não nos mostraria as imagens por causa da nossa sexualidade”, afirmou uma das vítimas. O incidente ocorreu em setembro de 2023, resultando na prisão em flagrante da síndica pela Polícia Civil por injúria preconceituosa e homofobia, sem direito a fiança.
Crime
Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que homofobia e transfobia sejam consideradas como crimes previstos na Lei do Racismo. A denúncia de tais crimes pode ser feita em qualquer delegacia local ou na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, por Orientação Sexual, ou contra Idosos e Pessoas com Deficiência (Decrin), situada no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.
A Decrin opera de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h. Outra opção é a Delegacia Eletrônica, disponível no site da Polícia Civil.
Canais de denúncia
Para situações de emergência, a Polícia Militar (PMDF) pode ser contatada pelo número 190. A Polícia Civil (PCDF) também oferece quatro canais de atendimento para registro de ocorrências:
– Denúncia online;
– E-mail: [email protected];
– Telefone: 197, opção 0 (zero);
– WhatsApp: (61) 98626-1197.
Facebook Comments