Democratas buscam consolidação, mas Kamala enfrenta desafios. Entenda

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Os Democratas estão buscando consolidar sua posição nas próximas eleições dos Estados Unidos, mesmo com os desafios que a vice-presidente Kamala Harris enfrenta. A desistência de Joe Biden da disputa presidencial em favor de Donald Trump colocou em evidência o nome de Kamala Harris. Biden manifestou seu apoio a ela, juntamente com diversos artistas renomados nos EUA. Entretanto, a confirmação da candidatura ainda aguarda a oficialização, que ocorrerá durante a convenção do partido Democrata, a qual terá início em 19 de agosto. Até lá, Kamala enfrenta diversos obstáculos.

Juntamente com sua declaração de renúncia, Joe Biden expressou seu “total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata de nosso partido este ano. Democratas, é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso”. Em resposta ao apoio, a vice-presidente afirmou que fará “tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata e unir nossa nação para derrotar Donald Trump e sua agenda extrema”. Agora, ela corre contra o tempo para assegurar sua indicação na disputa contra Trump, que já está em curso pelo país.

Sob o slogan “Let’s win this – Harris for president”, a vice-presidente dos Estados Unidos discursou em Delaware para a equipe de campanha, pela primeira vez, como pré-candidata pelo partido Democrata, na segunda-feira (22/7). Durante seu discurso, Kamala criticou severamente Trump, chamando-o de “predador sexual” e referindo-se a ele como um dos “empreendedores que abusam de consumidores e traidores que quebram as regras para o seu próprio benefício”.

Em sua fala, Kamala destacou que “esta campanha não é sobre nós em oposição a Donald Trump. Há mais coisas nesta campanha. Nossa campanha versa sobre dois tipos de visões para este país. Um lado olha para o futuro e outro olha para o passado. Donald Trump deseja retroceder nosso país ao passado, a um tempo em que os americanos não tinham direitos, mas nós acreditamos em um futuro brilhante, inclusivo para todos, no qual nenhuma criança cresça na pobreza, onde todos possam adquirir uma casa, formar uma família e ter acesso a planos de saúde acessíveis”.

Na terça-feira (23/7), durante seu primeiro comício em Wisconsin, a pré-candidata democrata manteve o mesmo tom assertivo do dia anterior. Ela fez críticas contundentes a Trump, defendeu o legado de Biden e sinalizou a busca pelos votos da classe média.

Kamala Harris, atualmente vice-presidente dos EUA, concorreu nas convenções do partido Democrata em 2018 para a candidatura presidencial, mas foi derrotada por Biden, que a escolheu para ser vice-presidente. Aos 59 anos, Kamala foi a primeira mulher a ocupar o cargo e, casoHá expectativas em torno da possibilidade de Kamala Harris se tornar a primeira presidente mulher do país se ganhar as eleições. Até o momento, a vice-presidente é apontada como o nome mais forte para ocupar o cargo na cédula eleitoral. Outros nomes considerados pelo partido para concorrer desistiram em favor de Kamala.

Além do apoio antecipado de figuras como os governadores da Califórnia, Gavin Newsom, da Pensilvânia, Josh Shapiro, e do deputado por Minnesota, Dean Philips, agora foi a vez dos governadores do Michigan, Gretchen Whitmer, e de Illinois, J. B. Pritzker, manifestarem sua desistência.

Apoiadores de Kamala Harris têm marcado presença, demonstrando engajamento com imagens e slogans. Nas redes sociais da candidata, é possível encontrar o slogan “Let’s win this” (Vamos vencer isso), acompanhado da frase “Harris for President”. A campanha de Kamala tem ganhado cada vez mais visibilidade.

Apoiadores de Kamala Harris demonstram confiança e entusiasmo pela candidatura, como evidenciado por fotos e vídeos que compartilham em eventos e manifestações. A presença online da campanha é forte, refletindo a mobilização e o apoio que a candidata tem recebido ao longo da jornada política.

Os desdobramentos dessas movimentações políticas e adesões são significativos para o cenário eleitoral e para o futuro do país. A possibilidade de ter a primeira mulher presidente representa um marco na história política e social dos Estados Unidos.

A trajetória de Kamala Harris, desde sua eleição como vice-presidente até a possível candidatura à presidência, é acompanhada com atenção pelo público e pelos especialistas políticos. Se eleita, sua gestão terá um significado simbólico e histórico importante, influenciando não apenas a política interna, mas também o cenário internacional.Desafios

O cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), destaca que um dos principais desafios enfrentados por Kamala Harris é a união do apoio do Partido Democrata em seu nome. Essa união se faz necessária para evitar divisões internas que poderiam levar a possíveis ações judiciais referentes ao processo de escolha da candidatura. É crucial que ela consiga convencer as diferentes correntes do partido de que é a opção mais competitiva para derrotar Trump.

Murilo ressalta que construir uma candidatura robusta em um período curto de tempo é outro desafio significativo. Caso seja confirmada como candidata, Kamala Harris precisará tomar uma decisão estratégica na escolha de seu parceiro de chapa como vice-presidente, além de estruturar sua campanha nos “swing states”, estados onde a disputa costuma ser decisiva. O alto custo de vida da classe trabalhadora será um tema explorado pelos republicanos nesses estados.

O especialista observa que outro obstáculo a ser superado por Kamala em sua campanha será a rejeição que enfrentou durante sua atuação como vice-presidente. É crucial que ela seja capaz de reverter essa percepção negativa e conquistar a confiança dos eleitores, mostrando sua capacidade de liderança e sua visão para o futuro do país. Com habilidade e estratégia, pode se firmar como uma candidata forte e competitiva nas eleições vindouras.Kamala Harris enfrenta o desafio de conquistar os eleitores norte-americanos que desaprovam sua atuação como vice-presidente. Seus posicionamentos polêmicos sobre questões migratórias, política externa e aborto podem ser usados contra ela durante a campanha eleitoral. Para se destacar, Kamala Harris precisa adotar um discurso moderado e reformista, capaz de persuadir o eleitorado centrista de que sua liderança trará segurança, estabilidade e crescimento para os Estados Unidos, conforme ressalta Murilo Medeiros.

O cientista político destaca o apoio significativo que Kamala Harris recebe de figuras proeminentes do Partido Democrata. O respaldo de nomes influentes como a ex-presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, bem como dos governadores da Califórnia, Illinois, Michigan e Pensilvânia, além do presidente Joe Biden, e as generosas doações feitas para sua campanha, fortalecem sua posição na corrida eleitoral. O apoio dos delegados democratas também contribui para solidificar a candidatura de Kamala Harris como possível sucessora de Biden na disputa presidencial.

Além dos apoios já mencionados, Kamala Harris também obteve o importante respaldo do casal Clinton, composto por Hillary e Bill. Contudo, ainda aguarda a “aprovação” do ex-presidente democrata Barack Obama e de sua esposa, Michelle. A obtenção desse apoio poderia ser fundamental para reforçar sua candidatura e ampliar sua base de seguidores em potencial. A aliança com figuras proeminentes da política americana é essencial para a construção de uma plataforma sólida e bem-sucedida durante a trajetória rumo à presidência.

A estratégia de Kamala Harris para conquistar o eleitorado centrado e enfrentar eventuais adversidades durante a campanha requer habilidade política e capacidade de diálogo com diferentes setores da sociedade. Sua atuação como vice-presidente e sua postura em relação a temas sensíveis serão cruciais nesse processo de consolidação de sua imagem pública e conquista de eleitores. O cenário político dos Estados Unidos exige que os candidatos estejam preparados para lidar com uma série de desafios e opositores que buscam enfraquecer suas candidaturas por meio de críticas e divergências ideológicas. Kamala Harris deve, portanto, adotar uma postura resiliente e estratégica para superar as adversidades e avançar em direção à sua meta de disputar a presidência.

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