São Paulo – O Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP) acionou o Ministério Público (MPSP) contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Eles pediram a abertura de investigação para apurar negligência e omissão na política de segurança pública do estado, além de discursos de incentivo à violência policial.
A ação do sindicato surge após recentes casos de violência policial que levaram ao afastamento de vários policiais militares. Isso gerou críticas ao secretário da pasta, Guilherme Derrite, e causou uma crise na gestão estadual.
O sindicato, por meio dos advogados Marcus Seixas e Ana Marchiori, presidente e vice da entidade, solicitou à Promotoria a instauração de um inquérito civil. Eles propuseram a análise de um pedido de indenização por dano moral social difuso e a responsabilização do governador na condução da segurança pública.
A representação foi entregue à Promotoria especializada em Direitos Humanos em dezembro, no dia 13.
Crise na segurança pública
Desde novembro, casos de abusos em abordagens e violência policial têm sido destaque em São Paulo, provocando um pedido de desculpas do governador Tarcísio.
Um dos casos emblemáticos foi a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, durante uma operação policial em Santos. Outro evento foi a morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas, baleado durante uma abordagem na Vila Mariana. Em dezembro, a crise se agravou com policiais que jogaram um manobrista de uma ponte durante uma abordagem na zona sul da capital.
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, responsável pela agressão, foi preso preventivamente, e um esquema de extorsão contra comerciantes autônomos foi desmantelado, envolvendo policiais militares.
Mudança de discurso
Tarcísio, que outrora minimizou a letalidade policial, agora defende a ampliação do programa de uso de câmeras corporais pela tropa. Ele reconheceu seu erro anterior e prometeu redesenhar a Polícia Militar paulista.
O Metrópoles buscou um posicionamento do governo estadual sobre a representação do SASP. O espaço está aberto.

Facebook Comments