China “lamenta” saída do Panamá de projeto após pressão de Trump

Publicado:

A China apresentou profundo arrependimento pela decisão do Panamá de se retirar do projeto Novas Estradas da Seda. A saída foi motivada pela pressão exercida por Donald Trump, que alega que o Canal do Panamá está sob controle de Pequim. O presidente dos EUA defende que seu país deveria desfrutar de condições comerciais mais vantajosas.

O Panamá anunciou a suspensão da cooperação com a China no projeto de infraestrutura Novas Estradas da Seda em uma reunião com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Essa decisão, essencial para a estratégia chinesa de ampliar sua influência externa e garantir suprimentos, desencadeou a manifestação de pesar da China.

Pequim declarou seu profundo lamento pela retirada do Panamá do projeto e condenou veementemente o uso de pressões e coerções pelos EUA para desacreditar e minar essa colaboração. A China via essa parceria como fundamental para seus interesses econômicos e estratégicos.

Repercussões Estratégicas

A decisão do Panamá representa um obstáculo estratégico para a China, que considerava essa nação como um ponto estratégico em sua expansão para a América Latina. Os investimentos chineses visavam facilitar o comércio e ampliar sua presença na região por meio de portos e logística. Com o afastamento do Panamá, Pequim terá que realinhar suas estratégias, podendo voltar-se para outros parceiros comerciais na região, como Brasil e Argentina.

Pressões e Desdobramentos

Essa reviravolta é uma vitória diplomática para os EUA, que temiam a crescente influência chinesa, especialmente em uma infraestrutura crucial como o Canal do Panamá. Com a saída do Panamá do projeto chinês, os EUA fortalecem sua posição na região, podendo remodelar o equilíbrio de poder na América Latina. Donald Trump expressou o desejo de acelerar o processo de exclusão do Panamá do projeto chinês, o que representa uma mudança significativa nas relações comerciais e geopolíticas na região.

O futuro das relações entre China, Panamá e EUA está em jogo, com possíveis desdobramentos imprevisíveis. A auditoria em andamento sobre as concessões chinesas nos portos do Canal do Panamá e os direitos de passagem militar no canal são elementos que enfatizam a tensão existente entre as partes envolvidas.

O desfecho desse impasse será determinante para o equilíbrio de poder na região e para o futuro das relações diplomáticas entre os países envolvidos.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Arena e arquibancada: polícia invade rinha de galo e prende 24 pessoas

Um campeonato clandestino de rinha de galo foi encerrado neste sábado, 11 de outubro, em um sítio localizado no distrito de São Vicente,...

Filhos e filhas da COP30 (por Gustavo Krause)

A questão ambiental ganhou destaque global em 1972, durante a Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. Um relatório encomendado pelo Clube...

Presidente de estatal quer investigar grupo de zap que o critica

Um documento interno do Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra que o presidente da estatal, Inácio Cavalcante, pediu à Corregedoria a investigação de...