Cidade alvo da PF tem R$ 144 mi em contratos com empresas sob suspeita

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Recentemente, a cidade de Campo Formoso (BA) tornou-se foco de uma investigação da Polícia Federal na Operação Overclean, envolvendo contratos totalizando aproximadamente R$ 144 milhões com empresas no centro das apurações. As informações, obtidas do Portal da Transparência municipal, revelam contratos firmados a partir de 2021 com empresas sob investigação da PF e citadas em auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que apontou um possível prejuízo de R$ 1,4 milhão em uma das obras.

A operação Overclean, deflagrada no final de 2024, investiga desvios financeiros em obras financiadas por emendas parlamentares. Um dos investigados é o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), cujo irmão, Elmo Nascimento, ocupa o cargo de prefeito em Campo Formoso.

Uma das empresas sob investigação na operação é a Allpha Pavimentações, responsável por contratos na cidade que chegam a R$ 64,7 milhões, incluindo aditivos contratuais. Os sócios da Allpha, Fábio e Alex Parente, também estão sendo investigados no âmbito da Overclean.

Os serviços contratados pela Allpha em Campo Formoso incluem pavimentação, manutenção de vias municipais e fornecimento de insumos para obras públicas. Já a Larclean Saúde Ambiental, também dos irmãos Parente, firmou um contrato de R$ 8,3 milhões com o município para serviços de sanitização, controle de pragas e combate ao mosquito da dengue em prédios municipais.

A terceira empresa, a Liga Engenharia, embora não seja alvo da operação Overclean, lucrou expressivos R$ 70,8 milhões em contratos para recapeamento asfáltico e construção de um pátio de eventos em Campo Formoso.

A Operação Overclean, que teve início investigando desvios em contratos do Dnocs, expandiu seu escopo após gravações e quebras de sigilo que revelaram a atuação de um grupo de empresas em contratos milionários com diversos entes federativos.

Apesar de recente, a operação já causou tensão política, podendo atingir padrinhos de emendas parlamentares que viabilizaram contratos suspeitos. Uma menção ao deputado Elmar Nascimento fez o caso subir para o STF.

As empresas e a cidade de Campo Formoso não se manifestaram quando contatadas pela coluna.

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