A influenciadora digital Rafa Moreira, de 30 anos, se pronunciou publicamente na manhã desta terça-feira (13) após ter imagens manipuladas digitalmente simulando nudez.
Por meio de nota no Instagram, revelou ter registrado um boletim de ocorrência e formalizado a denúncia ao Ministério Público, responsável pela investigação do caso.
“O processo está sendo acompanhado por minha defesa, com base nas leis brasileiras que punem severamente essa violação. É crucial entender que essa prática, chamada “fake nude”, é crime de acordo com os artigos 216-B e 218-C do Código Penal. Montagens falsas não são apenas ataques virtuais, mas representam violência sexual, simbólica e moral. Elas ferem e tentam deslegitimar a voz e a existência das mulheres.”
Rafa contou que o episódio ocorreu em janeiro. “Comecei a receber imagens de uma menina de costas, cuja cor de pele e cabelo se assemelham aos meus. Inicialmente, ignorei, mas começou a circular em grupos do meu interior. As pessoas insistiam que era eu, e a situação se agravou.”
Ela conseguiu identificar quem começou a disseminar as imagens, que eram geradas por inteligência artificial. “Tive que organizar as coisas antes de conversar com vocês. Para quem quer ver, não vai sair assim. Sou cismadíssima com isso. Nada contra quem se expõe, mas isso não sou eu. A mensagem que quero passar: cuidado.”
A influenciadora lamentou a situação e espera que a ação judicial impeça a circulação das imagens falsas.
“Esse episódio não é isolado; reflete uma cultura machista e violenta que busca controlar e agredir mulheres, especialmente aquelas em espaços públicos. Sou mulher, nordestina, influenciadora e trabalho com minha imagem de forma legítima. Isso não me torna propriedade de ninguém. A segurança de uma mulher sobre seu corpo não é um convite à violência.”
Rafa também encorajou outras mulheres a denunciarem casos semelhantes. “Não se calem. Procurem ajuda, denunciem e exijam respeito. Nenhuma de nós está sozinha. Usarei minha voz não apenas para me proteger, mas para fortalecer outras mulheres. Nossa liberdade incomoda, e é por isso que é tão necessária.”
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