Em uma situação alarmante, advogados dos 252 migrantes venezuelanos deportados pelos Estados Unidos e detidos em El Salvador, denunciaram a prática de “torturas” físicas e psicológicas. Os defensores, contratados pelo governo de Nicolás Maduro, enfrentam dificuldades para visitar seus clientes na megaprisão, conhecida como Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), e reivindicam “provas de vida” diante do silêncio das autoridades de El Salvador.
Os advogados, liderados por Salvador Ríos, descreveram a grave situação dos detidos: “São tratados como criminosos grosseiros, rasparam seus cabelos”, afirmando que imagens dos venezuelanos algemados e do modo como foram recebidos refletem a dureza de suas condições. Em março, o escritório Grupo Ortega já havia solicitado um habeas corpus à Suprema Corte, que tem se mantido em silêncio sobre a legalidade da detenção desde a chegada dos migrantes, em 16 de março.
“É como lutar contra moinhos de vento”, desabafou Ríos, evidenciando a dificuldade em conseguir respostas do governo de Nayib Bukele. O vice-presidente Félix Ulloa tentou justificar a detenção ao afirmar que se trata de um “serviço de acomodação penitenciária”, uma comparação que minimiza a gravidade da situação. Enquanto isso, o governo de Trump alegou que deportou os venezuelanos por supostas ligações com a gangue Tren de Aragua, algo que familiares e amigos negam veementemente.
Os advogados solicitaram também que a situação fosse verificada por órgãos de direitos humanos, mas até o momento nenhum progresso foi feito. Infelizmente, as denúncias de deportações indevidas incluem até casos de cidadãos salvadorenhos, como Kilmar Armando Ábrego García, que ficou detido devido a um “erro administrativo” reconhecido pelo próprio governo americano.
A situação gerou um sentimento de impotência entre as famílias dos detidos. O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos expressou preocupações sobre a falta de acesso à justiça e o tratamento desumano recebido por esses migrantes. “Estamos diante de detenções completamente ilegais”, reforçou Isael Guerrero, um dos advogados, destacando que nenhum desses venezuelanos está enfrentando acusações formais em tribunais salvadorenhos.
O futuro dos migrantes parece incerto, com a decisão de Bukele em jogo. Recentemente, surgiram especulações sobre a troca dos deportados por “prisioneiros políticos” de Maduro, uma proposta que foi rapidamente rotulada de “cínica” pela Venezuela. É um momento crítico que clama por respostas e ações concretas. Como você vê essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!
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