Imagine um doce tradicional brasileiro, o sonho de batata-doce roxa com recheio de grão-de-bico, não só servido em mesas de todo o país, mas também nas vastidões do espaço. Essa ideia ousada nasceu do chef Jefferson Rueda, um dos mais renomados em São Paulo, em colaboração com a Rede Space Farming Brazil, um projeto inovador que busca redefinir a agricultura de alto impacto, levando o cultivo de alimentos às estrelas.
Em uma parceria notável entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Embrapa dentro do Acordo Artemis da NASA, Rueda foi um dos responsáveis pela criação de uma receita que simboliza o esforço coletivo de um grupo de 56 pesquisadores. Este projeto ambiciona não apenas a adaptação das plantas ao ambiente espacial, mas também a pesquisa em tecnologias agrícolas que possam enfrentar os crescentes desafios climáticos na Terra.
“Participei da missão NS-31, que ocorreu em um voo suborbital da Blue Origin, e estamos trabalhando para desenvolver cultivares mais resilientes e eficientes”, compartilhou Rueda em suas redes sociais, enfatizando a importância de explorar como as plantas se comportam no espaço.
A missão teve como foco o envio de sementes de grão-de-bico e batata-doce roxa, cujas características funcionais podem beneficiar tanto a agricultura espacial quanto o uso na Terra. Segundo Alessandra Fávero, coordenadora da Space Farming, o sonho de Rueda não é apenas uma receita, mas parte de um sonho maior: contribuir para um futuro onde o Brasil se destaca na pesquisa espacial, em conjunto com 53 outros países.
O voo suborbital, realizado em 14 de abril, expôs as plantas à microgravidade por quase cinco minutos, um ambiente que pode ser tanto um desafio quanto uma oportunidade. O professor Carlos Hotta, do Instituto de Química da USP, explicou que a experiência não só ajudará a entender como as plantas reagem à microgravidade, mas também poderá servir para desenvolver soluções inovadoras para a agricultura na terra.
O grão-de-bico e a batata-doce foram escolhidos por suas vantagens agronômicas. Ricos em proteínas e nutrientes, eles têm um potencial incrível para sustentar astronautas em missões prolongadas. “É como combinar arroz e feijão, uma base alimentar ideal”, disse Fávero.
O que torna o trabalho da Rede Space Farming ainda mais impressionante é o seu objetivo maior: desenvolver um sistema de cultivo autossustentável que possa ser aplicado tanto em ambientes difíceis no espaço quanto na terra devastada por desastres naturais ou mudanças climáticas. “Este é apenas o começo”, conclui Hotta, animado com o futuro e a possibilidade de cultivar em outros corpos celestes.
E você, o que pensa sobre a agricultura no espaço? Está curioso sobre as inovações que estão por vir? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo!

Facebook Comments