O caso da “juíza de Deus” ganha novos contornos que podem comprometer a imparcialidade do julgamento da morte de Diego Maradona. Em meio a um turbilhão de polêmicas, Julieta Makintach, responsável por decidir sobre as responsabilidades envolvendo a morte do ícone do futebol, confirmou nesta terça-feira que não se afastará do processo, apesar de um escândalo emergente ligado à sua participação em gravações controversas.
As revelações surgiram após advogados da acusação denunciarem que Makintach estava envolvida em um documentário sobre o caso, o que jamais foi consentido pelas partes. Apelidada pela mídia de “juíza de Deus”, ela se tornou o foco da atenção pública quando vídeos não autorizados surgiram, capturando sua condução em um tribunal de San Isidro. A morte de Maradona, ocorrida em 2020, ainda repercute e a validade das mais de 20 audiências realizadas pode estar em perigo.
“Não há irregularidades em minha conduta”, defendeu a juíza, retrucando as acusações de que sua atuação havia sido mais de uma “celebridade” do que uma magistrada. Em trechos dos vídeos que vazaram, ela expressa: “Não me imagino fazendo outra coisa. Isso é o que sou”, evocando aprofundadas questões sobre a integridade e a objetividade no julgamento.
A tensão foi palpável durante a audiência, onde o promotor Patricio Ferrari a acusou de desonestidade. Outros promotores se juntaram ao coro, descrevendo toda a situação como um “escândalo absoluto” e demandando uma reconsideração sobre a presença de Makintach no caso. A defesa entrou com pedidos de impedimento, questionando a objetividade da juíza em meio a um clima já tenso.
Com a pressão aumentando e o clamor por justiça fazendo ecoar na sociedade, promotores e advogados pedem que a autoridade de Makintach seja revisada. Adrián Tenca, doutor em direito penal, não hesita em afirmar que este evento poderia levar à destituição da juíza após um julgamento político. “Precisamos assegurar que a Justiça permaneça acima das turbulências midiáticas”, defendeu.
O caso de Maradona se transforma, assim, em um campo de batalha não apenas de testemunhos, mas de integridade judicial. Os próximos passos do tribunal serão cruciais, não apenas para a memória do lendário jogador, mas para a credibilidade do sistema judiciário argentino. O que você pensa sobre essa situação? Deixe um comentário e compartilhe sua opinião!

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