O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje, 5 de junho, um julgamento crucial sobre a responsabilidade das redes sociais em relação a conteúdos ilícitos. O foco está em discursos de ódio, desinformação, incitação à violência e crimes contra crianças. A sessão continuará com o voto do ministro André Mendonça, iniciado anteriormente.
Na última sessão, Mendonça fez uma defesa contundente da chamada “democracia digital”, alertando sobre o uso inadequado de tecnologias, mas afirmando que isso não implica que tais ferramentas sejam prejudiciais à democracia em si. Ele enfatizou a importância de encontrar um equilíbrio significativo no uso das plataformas digitais.
O que já aconteceu?
- Os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux já proferiram seus votos, com Barroso optando pela inconstitucionalidade parcial em casos de crimes, enquanto Toffoli e Fux declararam a inconstitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.
- A última sessão foi marcada pela leitura de parte do voto de Mendonça, que trouxe reflexões relevantes sobre a regulação das redes.
- Antes de seu voto, Barroso e Toffoli comentaram preocupações sobre possíveis acusações de censura relacionadas ao julgamento.
- Mendonça deve continuar sua apresentação na sessão de hoje, enquanto outros sete ministros do STF também participarão da votação.

Durante seu voto, Mendonça ressaltou a complexidade em distinguir fake news de informações verdadeiras. Ele explicou que, ao narrar um fato, várias perspectivas podem surgir, e todas podem ser percebidas como verdadeiras ou falsas. Essa dificuldade em discernir a veracidade é um desafio que devemos enfrentar.
“As plataformas foram inicialmente consideradas viabilizadoras da chamada ‘democracia digital’, precisamente por propiciar uma maior abertura e participação de todos nos assuntos de interesse comum.”
Mendonça ainda diferenciou a mentira ética de sua ocorrência como crime. “Mentir, por si só, é um desvio moral, mas não resulta em penas legais”, explicou, destacando que a moralidade não deve ser confundida com a legislação.
Barroso, durante a sessão anterior, defendeu que os critérios do STF são essenciais para garantir a uniformidade nas decisões, reafirmando que respeitar a legislação futuramente criada pelo Congresso não significa invadir competências. “Estamos tratando da responsabilidade civil”, enfatizou.
Toffoli também salientou que o julgamento não implica em censura, mas sim na responsabilização dos envolvidos. O momento atual no debate sobre as big techs é crítico e requer uma análise detalhada e justa.
O que você acha sobre essa discussão que envolve redes sociais e democracia? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa importante!

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