Pedro Mathias de Souza, carinhosamente conhecido como Pedroca, entrou na vida de sua mãe, Juliana Mathias, como um verdadeiro milagre. Diagnóstico de síndrome do meio coração antes mesmo de seu nascimento, o pequeno já enfrentou a expectativa de uma cirurgia no quarto dia de vida. A equipe médica, em um hospital especializado, estava em alerta para um parto programado por cesariana. No entanto, Pedroca teve sua própria agenda: decidiu nascer de forma natural, duas semanas antes do previsto.
“A bolsa rompeu de repente. O Pedro quis vir ao mundo quando ele decidiu”, conta Juliana, lembrando-se daquele dia emocionante. Após seis anos de tentativas para engravidar, a chegada de Pedro operou um verdadeiro milagre na vida da família. Em um momento inesperado, entre cirurgias e desafios, Juliana soube que estava grávida novamente. Laís, a irmãzinha, chegou cheia de saúde e alegria.
Os primeiros seis meses de vida de Pedroca foram marcados por estadias hospitalares e duas cirurgias cardíacas. Ao longo do processo, ele mostrou-se um verdadeiro guerreiro, mantendo uma rotina ativa com escola, artes marciais e natação, sempre respeitando os limites impostos por sua condição. Um novo medicamento, em caráter experimental, parecia trazer otimismo, até que exames revelaram que seu frágil coração estava mais comprometido do que aparentava.
No início de 2024, a necessidade de um transplante se tornou urgente. A família buscou opiniões e, após análise, médicos brasileiros concordaram com os especialistas de Boston. O processo se intensificou quando, em abril, Pedroca enfrentou uma parada cardíaca. Foi aí que teve que recorrer ao Berlin Heart, um coração artificial que custou R$ 1 milhão, aliado à necessidade de um transplante urgentemente aguardado.
A cirurgia para instalação do equipamento durou cerca de dez horas, marcada por ansiedade e esperança. Pedroca se destacou como a primeira criança no Brasil a sobreviver ao procedimento, enfrentando com bravura a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo. Após o transplante, ele permaneceu inconsciente por 11 dias, até que acordou e soube que o “Homem de Ferro” lhe havia presenteado com o coração artificial.
Infelizmente, a jornada de Pedroca é cheia de desafios. Ele já teve a oportunidade de obter um novo coração, mas a chance foi perdida devido à falta de um recurso básico: um ecocardiograma no hospital do doador. Essa experiência desencadeou um movimento em Juliana, com o desejo de garantir que nenhuma doação fosse desperdiçada; ela propôs um projeto de lei para tornar obrigatório esse exame em unidades de saúde.
Atualmente, Juliana não só cuida de Pedroca, como também atua como influenciadora em campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos infantis, um tema ainda cercado por tabus. Ela, que já era fisioterapeuta de crianças cardiopatas, agora busca transformar a realidade de muitas famílias e dar voz a centenas de crianças que esperam, assim como seu filho, por uma chance de vida.
A história de Pedroca não é apenas a história de um menino forte, mas também um apelo por compaixão e ação. Cada pequeno gesto conta. Vamos juntos fazer a diferença? Compartilhe sua opinião nos comentários e ajude a disseminar essa causa!

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