Mais de 200 pessoas morrem em confrontos intensos no sul da Síria

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A província de Sweida, no sul da Síria, foi palco de um violento conflito que resultou na morte de pelo menos 248 pessoas em apenas alguns dias. A ONG responsável pela contagem, com amplas fontes na região, apontou que os enfrentamentos se intensificaram entre as comunidades drusa e beduína, levando à convocação de tropas governamentais.

A cidade, quase deserta, enfrenta saques e uma violência alarmante, enquanto caminhões de bombeiros lutam contra incêndios em residências drusas que foram devastadas. O bombeiro Mohamed Masri, enviado da costa síria, descreveu a situação como extremamente complicada, evidenciando a desolação em lugares como Al-Mazra e Al-Dour.

“É impossível sair de casa, as estradas estão bloqueadas e a morte está por toda parte”, lamentou um homem desolado à RFI, retratando a essência de um cotidiano transformado em um verdadeiro cenário de guerra, sem sinais de civilização. No coração da cidade, os relatos de sobreviventes ressaltam uma catástrofe humanitária, com muitos civis drusos desaparecidos e muitos corpos encontrados sem vida.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, entre as vítimas, 92 eram membros da minoria drusa, incluindo 21 civis que foram executados sumariamente. Também foram registradas as mortes de 138 agentes das forças de segurança sírias e 18 combatentes beduínos aliados. A gravidade da situação chamou a atenção de Israel, que lançou ataques aéreos contra as forças governamentais sírias, visando proteger os drusos.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, fez uma declaração contundente à Síria, informando que seu país não abandonaria os drusos e que intensificaria suas ações se a situação não mudasse. Os confrontos iniciaram após o sequestro de um comerciante druso, gerando uma onda de raptos em retaliação. A intervenção das forças governamentais sírias no conflito, no entanto, é cercada de controvérsias, com acusações de que estes teriam se aliado aos beduínos.

Os drusos, uma minoria significativa no Oriente Médio, possuem raízes que remontam ao islamismo xiita e se distribuem pelo Líbano, sul da Síria e nas Colinas de Golã, região ocupada por Israel desde 1967. A crise em Sweida não só destaca o sofrimento humano, mas também destaca uma vez mais a complexidade das tensões sectárias e políticas na região.

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