Governo pagou R$ 4,4 bilhões indevidamente a pessoas falecidas entre 2016 e 2024, aponta TCU

Publicado:

Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) trouxe à luz uma situação alarmante: entre 2016 e 2024, o governo federal desembolsou indevidamente R$ 4,4 bilhões em benefícios destinados a pessoas já falecidas. Essa irregularidade é alarmante, uma vez que mais de 90% do montante se refere a pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e as falhas se originam de inconsistências no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), sob a responsabilidade da Dataprev.

A auditoria, baseada em um minucioso cruzamento de dados de diversas bases federais, revelou um problema crônico: os registros de óbito não são atualizados de forma confiável. Em um caso específico, em fevereiro de 2025, o INSS realizou pagamentos a mil pessoas já falecidas, gerando uma despesa adicional de R$ 21,2 milhões. O relatório do TCU destaca que mais de um terço dos cadastros de falecidos no Sirc contém falhas significativas.

Além disso, foram identificados pagamentos indevidos a 650 servidores públicos com indícios de falecimento, totalizando R$ 3,6 milhões somente em fevereiro. O mesmo mês testemunhou 971 falecimentos recebendo parcelas do Bolsa Família, resultando em R$ 580 mil indevidamente pagos.

O TCU revelou que esses problemas não são recentes; entre 2000 e 2015, também houve pagamentos irregulares, resultando em um total potencial de R$ 4,4 bilhões entre 2016 e 2025, abrangendo benefícios previdenciários, assistenciais e da folha de pagamento dos servidores.

Um dado alarmante é que os nomes dos beneficiários não constam nas bases de dados de óbito oficiais, como o Sirc e a Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC). Embora os cartórios sejam obrigados a comunicar falecimentos em até 24 horas, essa informação nem sempre é reportada de forma completa. O TCU aponta que cerca de 13,1 milhões de registros de óbito estão em falta nas bases federais.

Diante desse cenário, o tribunal determinou que o INSS convoque os responsáveis pelos recebimentos indevidos e estabeleceu um prazo de 90 dias para que o INSS e a Corregedoria Nacional de Justiça apresentem um plano de ação que vise à integração dos sistemas de registro de óbitos. O relatório enfatiza a urgência de um trabalho colaborativo entre os órgãos do governo e um monitoramento mais rigoroso do compartilhamento de dados.

O que você acha dessa situação alarmante? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre as medidas que deveriam ser tomadas para evitar que isso aconteça novamente.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Homem é executado por traficantes em Pirajá, em Salvador

Um homem foi assassinado por traficantes na Rua Ana Ariane, no bairro de Pirajá, em Salvador. De acordo com informações preliminares da polícia,...

Homem que invadiu Embrapa esfaqueou o ex com 5 golpes após usar spray

Na última segunda-feira (6/10), Enzo Cardoso Vaz Ribeiro, de 22 anos, invadiu a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, localizada na Asa Norte, e...

Ministro Flávio Dino destaca papel do Judiciário como guardião de regras em era de avanço tecnológico

O XVII Encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil (Consepre) trouxe à tona...