O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), também pastor evangélico, fez duras críticas a Silas Malafaia. A manifestação se deu após o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo ser alvo de uma investigação da Polícia Federal. Em entrevista ao portal UOL, Otoni afirmou que Malafaia tem arrastado a igreja evangélica para a política, desvirtuando sua essência cristã.
Otoni, que já foi bolsonarista, reafirmou sua postura conservadora, mas enfatizou que a igreja deve se manter afastada de partidos e candidatos. Ele afirmou que muitos fiéis estão cansados de ver o espaço religioso sendo usado para disputas ideológicas. “A igreja não é Bolsonaro, nem Lula. A igreja é o evangelho”, destacou.
O deputado também disse que suas críticas visam defender os fiéis que não querem ser manipulados politicamente. Segundo ele, “quando eu critico, estou falando com o povo evangélico que tem sido humilhado pela política. Eles preferem a polarização de ideias à polarização de ídolos.”
Otoni negou que haja perseguição religiosa contra Malafaia, afirmando que está sendo investigado devido a suas ações políticas, e não por motivos religiosos. “Se ele estivesse em um inquérito por ter orado ou evangelizado, seria perseguição religiosa, mas esse não é o caso”, afirmou.
Após a operação da PF, algumas lideranças evangélicas manifestaram apoio a Malafaia. No entanto, Otoni acredita que essas notas de defesa foram forçadas, pois muitos pastores temem se posicionar contra ele, dada sua postura beligerante.
As investigações revelam que Malafaia pode ter tentado aconselhar Jair Bolsonaro a descumprir medidas do Supremo Tribunal Federal. O pastor nega qualquer influência sobre o ex-presidente e se considera independente. Otoni, por outro lado, aponta que a relação próxima de Malafaia com a família Bolsonaro é inegável. “Mesmo depois de ser ofendido, Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo dizendo ‘tamo junto’ para Malafaia, algo que não fez nem para o próprio pai”, observou.
Os recentes áudios revelados pela PF mostram Malafaia criticando Eduardo Bolsonaro, chamando-o de “babaca” e expressando sua indignação com o que considera erros do filho do ex-presidente. Essa relação acirra o debate sobre a influência do pastor na política brasileira.
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