Tecnologia e parcerias podem ajudar a suprir atendimentos em vazios assistenciais de saúde; veja dados da Bahia

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A Bahia enfrenta um desafio significativo no atendimento médico. Com uma média de 2 médicos para cada mil habitantes e a concentração de especialidades na capital, o acesso à saúde se torna ainda mais complicado em áreas distantes. Porém, a tecnologia surge como uma solução promissora para reduzir disparidades e promover a prevenção de doenças.

No final de maio, o Ministério da Saúde lançou o programa Agora Tem Especialistas. Essa iniciativa, em parceria com estados, municípios e unidades privadas de saúde, visa diminuir o tempo de espera no SUS para exames, consultas e cirurgias emergenciais. Entre as ações, estão a ampliação de mutirões, o uso de unidades móveis de saúde e o fortalecimento da Telessaúde.

A Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, destacou a importância de usar tecnologia para alcançar regiões com escassez de atendimento. A ideia é facilitar a orientação médica e diminuir o deslocamento dos pacientes. Teleconsultas e telediagnósticos são algumas das abordagens que têm sido exploradas.

Haddad mencionou um caso de sucesso no Ceará, onde a teleregulação resultou na redução de 256 mil quilômetros em deslocamentos de pacientes. Em Santa Catarina, 46% dos casos de dermatologia foram resolvidos por teleconsulta, mostrando que essa estratégia pode ser efetiva.

Outro recurso sendo implementado é o aplicativo Meu SUS Digital, que centraliza informações de exames, consultas e vacinas em uma plataforma fácil de usar. Com novas funcionalidades a cada mês, o aplicativo promete tornar o acesso à saúde mais prático e integrado.

Apesar dessas inovações, a Bahia ainda enfrenta vazios assistenciais. Em um estado tão grande, atender a população de 417 municípios é um grande desafio. A distribuição de médicos é desigual, com 2,07 médicos por 1.000 habitantes, abaixo da média nacional de 3,08. Salvador concentra a maioria, com 6,59 médicos por 1.000 habitantes.

Segundo um levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Bahia possuía 31 Regiões de Saúde em 2011, número que caiu para 28 em 2018 e se manteve até 2023. Serviços essenciais como hemodiálise e radioterapia estão ausentes em mais de 90% dos municípios, deixando a população vulnerável.

Dados recentes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) mostram que:

  • Cirurgião-dentista: disponível em 216 municípios (52% das cidades)
  • Clínico geral: disponível em 144 municípios (25%)
  • Médico ginecologista e obstetra: disponível em 117 municípios (28%)
  • Médico pediatra: disponível em 93 municípios (22%)
  • Estabelecimentos para atendimento de urgência: 90 municípios (22%)
  • Estabelecimentos com internação: 76 municípios (18% das cidades)
  • Cirurgião-geral: disponível em 67 municípios (16%)
  • Serviço de hemodiálise: disponível em 28 municípios (7%)
  • Serviço de quimioterapia: disponível em 14 municípios (3%)
  • Serviço de radioterapia: disponível em 5 municípios (1%)

O teleatendimento também ganhou destaque. O Grupo Afya levou especialidades como neuropediatria e psiquiatria para áreas afastadas, como Abaetetuba, no Pará. A estratégia é garantir que um médico generalista acompanhe o paciente, facilitando diagnósticos e receitas mesmo à distância.

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