Arqueólogos revelaram a origem de um apito de 3,3 mil anos, descoberto em 2008 durante escavações em Akhetaton, atual Amarna, Egito. Essa antiga capital foi fundada pelo faraó Akhenaton, pai de Tutancâmon.
Um estudo recente, publicado no International Journal of Osteoarcheology, indica que o artefato era provavelmente utilizado por guardas que vigiavam uma tumba real no Egito Antigo. Feito do osso do dedo de uma vaca, esse apito é o primeiro desse tipo já encontrado.
Apesar de ter sido encontrado há mais de uma década, sua análise foi realizada recentemente por cientistas da Universidade Griffith, na Austrália. Akhetaton, onde a peça foi descoberta, foi fundada por volta de 1370 a.C. por Akhenaton, mas durou apenas 15 anos antes de ser abandonada após sua morte.
“O apito é um artefato muito modesto e lança luz sobre as atividades dos habitantes não pertencentes à realeza da cidade. O osso tem um único furo perfurado e cabe confortavelmente na palma da mão”, afirma a autora do estudo, Michelle Langley.
Origem do apito
Os pesquisadores fizeram uma réplica do osso de dedo de vaca e concluíram que seu formato é ideal para ser assoprado. Portanto, fazia todo sentido que poderia ter função de alerta ou comunicação entre os guardas.

O apito foi encontrado na Vila de Pedra, um local que provavelmente servia de moradia para trabalhadores responsáveis pela construção de túmulos reais. Essa área estava próxima à Vila dos Trabalhadores, cuja função era similar.
Pesquisas anteriores revelaram que essas vilas possuíam uma rede complexa de estradas. Arqueólogos sugerem que essas vias poderiam ter sido utilizadas como pontos de observação para que guardas monitorassem a região.
O apito foi encontrado em uma área que parece ser um posto de vigilância. “Esse local parece ter sido fortemente policiado para garantir que o sagrado túmulo fosse acessado apenas por quem realmente precisava. O uso do apito por um guarda faz sentido”, observa Michelle.
Mais pistas
Outras evidências reforçam a ideia de que o apito pertencia a um guarda. No mesmo local foi encontrado o túmulo de Mahu, chefe de polícia de Akhenaton, com imagens que ilustram policiais monitorando e mantendo prisioneiros.
Essas descobertas sugerem uma presença ativa da polícia na cidade. Os pesquisadores destacam a importância desses estudos para entender melhor a vida dos egípcios comuns. “Sítios arqueológicos como Amarna são fundamentais, pois documentam a vida não só do faraó, mas também da população do dia a dia”, conclui Michelle.
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