O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, assassinado em Praia Grande, estava sob vigilância de criminosos há pelo menos um mês. De acordo com um relatório do Ministério Público de 2024, ele tinha se tornado alvo do Primeiro Comando da Capital (PCC). Este documento, divulgado pelo programa “Fantástico”, detalha planos de atentados contra autoridades.
Conforme as investigações, as ordens de execução eram transmitidas de dentro dos presídios para Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo. No celular de Nefo, o Ministério Público encontrou informações que levaram à elaboração do relatório “Bate Bola”, o qual mencionava a perseguição a Ruy Ferraz e ao promotor de Justiça Lincoln Gakiya.
Além disso, as investigações indicaram que um carro branco perseguiu Ruy no dia do crime. O veículo estava sendo monitorado pela prefeitura de Praia Grande desde 18 de agosto, seguindo seus trajetos diários. Imagens de segurança mostraram a SUV preta dos assassinos estacionada em frente ao escritório de Ruy enquanto um carro branco aguardava, pronto para a fuga.
Histórico de ameaças
O promotor Lincoln Gakiya relembrou que Ruy Ferraz já havia sofrido ameaças e estava na mira do PCC desde 2006, por sua atuação em investigações de ataques da facção. Em 2019, como delegado-geral, Ruy fez a transferência de 22 líderes do PCC para presídios federais de segurança máxima. Após essas ações, a polícia deteve um grupo conhecido como “Bonde dos 14”. Ruy também revelou em audiência que seu nome figurava entre os alvos dos criminosos.
Em seu depoimento à Justiça, ele afirmou: “Policiais descobriram que, dentro do PCC, havia uma ordem para matar algumas autoridades, e meu nome estaria entre elas.” Apesar do histórico de ameaças, Ruy não pediu proteção. Segundo o governo de São Paulo, a legislação atual não prevê escolta para policiais aposentados, e no momento do crime, ele não estava usando carro blindado.
Esse caso instiga reflexões sobre a segurança dos ex-agentes públicos que enfrentam ameaças constantes. O que você pensa sobre a proteção de autoridades que se aposentam após uma carreira em combate ao crime? Comente abaixo!
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