O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, destacou a necessidade de cautela na redução das taxas de juros. Em um evento realizado na Câmara de Comércio da região metropolitana de Providence, ele expressou preocupações sobre a inflação, afirmando que o Fed não deseja cortar as taxas de forma prematura. Powell ressaltou que seria arriscado provocar um novo aumento na inflação ao agir rapidamente.

Os riscos relacionados ao emprego têm levado o banco central dos EUA a reavaliar sua política monetária. Apesar de estar em busca de um equilíbrio, os dirigentes permanecem atentos à possibilidade de a inflação se manter elevada. Em agosto, por exemplo, a inflação nos gastos com consumo (PCE) subiu 2,7% no índice anual, e o núcleo da inflação aumentou 2,9%. Powell também mencionou que, embora o consumo esteja desacelerando e o setor imobiliário continue fraco, o Fed não é responsável por definir as taxas de hipoteca.

O presidente do Fed disse que o impacto das novas políticas comerciais ainda não é significativo, destacando que o objetivo do Fed é assegurar que altas nas taxas de preço sejam temporárias. Powell foi enfático ao afirmar que o banco central “nunca, jamais” leva em conta consequências políticas ao tomar decisões monetárias, respondendo a críticas que alegam influência de fatores políticos nas ações do Fed.

Nos últimos meses, Powell enfrentou pressão do presidente Donald Trump para diminuir as taxas de juros mais rapidamente. Ele reafirmou que o que realmente impacta a economia americana no longo prazo não está sob o controle do Fed, mas sim de ações do Congresso e do setor privado, como a atração de investimentos.

Powell também lembrou que é difícil prever desdobramentos futuros da economia além de alguns meses. Ele enfatizou a importância de analisar dados atuais e projeções para entender a direção da economia. Durante seu discurso, ele manifestou resistência à pressão política, afirmando que as instituições econômicas precisam se concentrar em suas missões críticas.