Agricultores pressionam Macron contra acordo que favorece Mercosul

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Agricultores franceses estão se Mobilizando em várias partes do país, de Versailles até a Occitânia, para protestar contra a entrada de produtos importados que não cumprem os padrões sanitários e ambientais europeus. A mobilização, organizada pela Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA) e pelos Jovens Agricultores, tem como foco o recente avanço do acordo de livre-comércio com o Mercosul.

No dia 26 de setembro, cerca de 100 agricultores se posicionaram em frente ao Palácio de Versailles. Arnaud Rousseau, presidente da FNSEA, declarou que o principal objetivo da ação era chamar a atenção do presidente francês. Ele lamentou a entrada de produtos que não respeitam as normas locais, pedindo uma resposta do governo.

Com faixas e tratores, os agricultores buscam alertar sobre o que consideram “concorrência desleal”. Em Bèziers, uma faixa pedia: “Ajudem-nos, em vez de nos matar”. Pascal Verriele, um agricultor com 40 anos de experiência, expressou sua frustração sobre a situação, destacando como os acordos internacionais afetam negativamente suas propriedades.

A pressão dos agricultores ocorre em um momento em que a Comissão Europeia começou a ratificar o acordo com o Mercosul, que inicialmente enfrentou resistência da França. No entanto, o governo parece estar se tornando mais conciliador em relação ao tratado.

“Mas o queijo emmental é francês”

Em Valenciennes, os agricultores realizaram uma ação em um supermercado da rede Métro, demonstrando a origem de produtos importados. Alain Dupont, um deles, questionou a presença de queijos holandeses nas prateleiras, ressaltando que o emmental deve ser francês. A agricultora Julie Meurisse, em Mont-de-Marsan, criticou a falta de informações sobre a origem dos produtos, dificultando a escolha para os consumidores.

Em Bèziers, os produtores despejaram mosto de uva em frente à alfândega como um aviso. Cédric Saur, um viticultor, alertou que, na próxima vez, a ação será mais severa. Rousseau reafirmou que os agricultores continuarão a mobilização até o fim do ano se necessário.

Revolta entre os agricultores

A insatisfação gira em torno do acordo de livre-comércio entre a UE e o Mercosul, que promete reduzir tarifas para produtos como carne e açúcar, enquanto facilita a exportação de produtos europeus para a América Latina. Os agricultores alegam que os produtos do Mercosul entram no mercado europeu com padrões mais baixos, prejudicando a produção local.

Além do Mercosul, eles criticam os acordos favoráveis à Ucrânia, que pode exportar sem tarifas, e o aumento de taxas alfandegárias sobre vinhos europeus nos Estados Unidos. O Brasil, principal fornecedor de carne do Mercosul, também se vê ameaçado, pois a pressão dos agricultores franceses pode atrasar a ratificação do acordo.

Essas mobilizações mostram a determinação dos agricultores e o desafio que o governo francês enfrenta para equilibrar interesses locais e acordos comerciais internacionais. O que você acha dessa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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