O Partido Ação e Solidariedade (PAS), favorável à integração com a União Europeia, liderado pela presidente Maia Sandu, obteve a maioria das cadeiras nas eleições parlamentares realizadas no último domingo (28/9) na Moldávia.
Com mais de 99,5% dos votos apurados, o PAS conquistou cerca de 50% dos votos, enquanto a aliança eleitoral oposicionista pró-Rússia, Bloco Patriótico, ficou com pouco mais de 24% dos votos. O Movimento Alternativo Nacional (MAS), que foi apoiado pelo presidente da Câmara de Chisinau, Ion Ceban, ficou em terceiro lugar com cerca de 8%.
Com essa vitória, o PAS assegura 55 dos 101 assentos no Parlamento, embora tenha perdido oito cadeiras em relação à legislatura anterior, onde possuía 63.
Em resposta aos resultados, o ex-presidente Igor Dodon, líder do Bloco Patriótico, convocou uma manifestação em Chisinau, alegando que a oposição havia vencido, mesmo antes da contagem oficial estar concluída.
No caminho europeu
Essas eleições são vistas como decisivas para o futuro da Moldávia, que se encontra em uma encruzilhada entre a aproximação à Rússia e a União Europeia. Com cerca de 2,4 milhões de habitantes, o país busca a adesão à UE desde 2022, e um referendo em 2024 mostrou que a maioria da população é a favor dessa adesão.
“Nosso objetivo é permanecer no caminho europeu”, afirmou Sandu à AFP, antes da confirmação dos resultados. “A alternativa é inaceitável e não posso imaginar um retorno ao passado.”
Maia Sandu tem sido uma figura central na aproximação da Moldávia com a UE, especialmente após a invasão russa à Ucrânia em 2022. Agora, ela espera impulsionar reformas com uma maioria parlamentar pró-europeia.
Entretanto, Sandu também denunciou a interferência russa nas eleições, citando relatos de compra de votos, ataques cibernéticos e desinformação destinados a favorecer Moscou. A insatisfação econômica entre os cidadãos, especialmente os mais velhos, também gerou ceticismo em relação à adesão à UE.
A Rússia, por sua vez, acusou o governo moldavo de cercear a participação de forças pró-russas nas eleições. Além disso, cidadãos da região separatista da Transnistria, fortemente apoiada pela Rússia, se viram impossibilitados de votar devido ao fechamento de uma ponte após uma suposta ameaça de bomba.
Voto da diáspora
A participação eleitoral alcançou 51,9%, um aumento em relação aos 48% registrados nas eleições anteriores. A Moldávia tem 2,4 milhões de habitantes, e o voto de aproximadamente 1,2 milhão de moldavos que vivem no exterior foi essencial. Esses cidadãos, predominantemente pró-UE, residem em países como Romênia, Itália, França, Alemanha, Portugal e Espanha, e o Ministério do Exterior da Moldávia relatou uma votação expressiva entre a diáspora.
Com a maioria no Parlamento, o PAS se aproxima de seu objetivo de integrar a Moldávia à UE até 2030. O próximo passo é a nomeação de um primeiro-ministro que precise ser aprovado pelo Parlamento.
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