A jornalista cristã Zhang Zhan, que já cumpriu quatro anos de prisão por reportar o início da pandemia em Wuhan, foi condenada novamente pelo governo chinês. A decisão foi tomada pelo Tribunal Popular da Nova Área de Pudong, em Xangai, no dia 19 de setembro.
De acordo com a Christian Solidarity Worldwide (CSW), os promotores fundamentaram a nova condenação de Zhang em acusações de “provocar brigas e problemas”. Isso se baseou no conteúdo que ela publicou no YouTube e no X, onde discutia violação dos direitos humanos.
Zhang já havia sido sentenciada a um termo semelhante em dezembro de 2020, também por relatar sobre a pandemia de COVID-19. Após ser libertada em maio de 2024, a jornalista de 42 anos continuou a ser vigiada e assediada pelas autoridades, conforme relatos da Anistia Internacional.
Durante o mês de agosto do ano passado, Zhang foi interrogada pela polícia várias vezes, com algumas sessões durando mais de 10 horas. Em sua luta por solidariedade, ela viajou até a província de Gansu, mas logo após visitar sua cidade natal em Shaanxi, desapareceu.
Em janeiro de 2025, Zhang Zhan iniciou uma greve de fome em protesto pela sua detenção. Ela foi forçada a se alimentar no Centro de Detenção do Novo Distrito de Pudong.
O porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Jeremy Laurence, descreveu a condenação de Zhang como “profundamente perturbadora” e exigiu sua libertação imediata, levantando questões sobre a condução do julgamento, pois observadores independentes não foram autorizados a acompanhar sua audiência.
A organização Repórteres Sem Fronteiras classificou o caso de Zhang como uma perseguição, e não como um processo judicial. O presidente da CSW, Mervyn Thomas, também condenou a nova condenação, ressaltando que as acusações são frequentemente usadas para silenciar defensores dos direitos humanos na China.
Zhang Zhan, natural de Shaanxi, se converteu ao cristianismo em 2015 e começou a falar publicamente sobre direitos humanos logo em seguida. Sua resistência e coragem têm chamado a atenção global, e a luta pela sua liberdade continua a ser um tema relevante e urgente.
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