Pesquisadores revelaram que um inalador combinado, que une o corticosteroide budesonida ao broncodilatador formoterol, é mais eficaz na prevenção de crises de asma em crianças do que o salbutamol, atualmente o tratamento padrão. Este avanço promete transformar a abordagem do manejo da asma infantil.

O estudo internacional chamado CARE, publicado na revista The Lancet, foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, em parceria com universidades e hospitais de diversos países. Durante um ano, 360 crianças com idades entre 5 a 15 anos, com asma leve a moderada, foram acompanhadas.

sindrome respiratória
Inalador 2 em 1 reduz crises de asma em crianças em 45%, mostra estudo (Imagem: Olga Rolenko/ Shutterstock)

Resultados do estudo

  • O grupo que utilizou o inalador 2 em 1 apresentou 45% menos crises de asma em comparação ao grupo que usou salbutamol (0,23 crises contra 0,41 crises por criança/ano).
  • Para cada 100 crianças que mudaram para o inalador combinado, houve uma redução de 18 crises anuais.
  • O estudo também garantiu a segurança do novo tratamento, sem diferenças significativas no crescimento, função pulmonar ou controle geral da asma entre os grupos.

Impacto nas diretrizes globais

Os pesquisadores destacam que esses resultados fornecem evidências para alinhar o manejo da asma infantil às diretrizes já adotadas para adultos, o que pode beneficiar 113 milhões de crianças e adolescentes que convivem com a doença no mundo.

“Pela primeira vez, mostramos que o inalador 2 em 1 pode reduzir significativamente as crises de asma em crianças. Isso pode transformar o tratamento globalmente,” afirmou o Dr. Lee Hatter, principal autor do estudo.

Especialistas acreditam que a adoção deste novo tratamento pode diminuir hospitalizações, melhorar a qualidade de vida e reduzir a dependência do salbutamol, que apenas alivia os sintomas sem prevenir as crises.