ONU e Estados-membros são criticados por ignorarem perseguição aos cristãos

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Cristãos estão sendo violentamente perseguidos em diversas partes do mundo, conforme destacou o arcebispo Paul Richard Gallagher, alto diplomata do Vaticano. Ele afirmou que governos e organismos internacionais têm ignorado essa crise, sendo a perseguição religiosa dirigida aos cristãos uma das mais severas e generalizadas.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, o arcebispo Gallagher revelou que mais de 360 milhões de cristãos vivem em locais onde enfrentam discriminação e violência. Ele mencionou que os ataques, que incluem destruição de igrejas e assassinatos, aumentaram nos últimos anos.

“Os dados mostram que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido em todo o mundo”, afirmou Gallagher, ressaltando que a comunidade internacional parece ignorar essa realidade. Ele também levantou preocupações sobre a erosão da liberdade religiosa, que considera uma das ameaças mais urgentes à paz.

Gallagher relacionou a perseguição a falhas das instituições globais em defender o direito à crença. Ele acredita que a verdadeira liberdade religiosa permite que as pessoas pratiquem sua fé sem obstruções, tanto em público quanto em particular.

Durante seu discurso, o arcebispo condenou o que chamou de “cultura da morte” promovida pelo aborto e pela eutanásia, pedindo às nações que defendam a vida desde a concepção até a morte natural. Segundo ele, “o direito à vida é um pré-requisito fundamental para o exercício de todos os outros direitos”.

Gallagher também criticou o uso crescente da barriga de aluguel, que considera uma violação da dignidade das mulheres e crianças, e renovou o apelo pela proibição internacional dessa prática.

Ele mencionou que a negligência global em relação à perseguição aos cristãos é parte de um colapso moral maior, onde interesses econômicos substituem os direitos humanos básicos. Gallagher citou crises como pobreza, conflitos armados e desigualdade como fatores que corroem a dignidade humana.

Ele pediu o cancelamento das dívidas dos países mais pobres, alegando que essas obrigações os mantêm na pobreza, e defendeu políticas de desenvolvimento humano que coloquem os indivíduos no centro do planejamento econômico.

Recentemente, o apresentador Bill Maher criticou a mídia americana por ignorar os assassinatos de cristãos na Nigéria, mencionando que, desde 2009, mais de 100 mil cristãos foram mortos no país. Maher afirmou que “se você não sabe o que está acontecendo na Nigéria, suas fontes de informação são péssimas”.

Além disso, Gallagher tratou de outros temas críticos, como a situação na Ucrânia, República Democrática do Congo e Síria. Ele reiterou a necessidade de cessar-fogo na Ucrânia e denunciou ataques que violam o direito internacional humanitário.

Para ele, a paz global não pode ser alcançada por meio da força militar, mas sim por diplomacia e desenvolvimento. Gallagher sugeriu que parte dos gastos militares globais fosse redirecionada para erradicar a pobreza e a fome.

Em suas considerações, ele pediu uma reforma da ONU, enfatizando a necessidade de voltar aos princípios da Carta de 1945 e afirmou que o órgão deve evitar a diluição por novas ideologias.

Gallagher concluiu seu discurso instando os governos a priorizarem a proteção dos mais vulneráveis, incluindo aqueles perseguidos por suas crenças. Ele ressaltou a importância de não reduzir as pessoas apenas a unidades econômicas. “Os pobres são potenciais construtores de um futuro mais humano”, finalizou ele.

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