A Reag Capital Holding anunciou na noite de terça-feira, 7 de outubro, o cancelamento de seu registro como companhia aberta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A decisão foi tomada em atendimento a um pedido feito pela própria empresa, que agora não faz mais parte da categoria B, que reúne companhias que emitem títulos, exceto ações.
Com essa mudança, a Reag não terá mais suas informações e títulos disponíveis na Bolsa de Valores do Brasil (B3). Em comunicado, a Reag afirmou que essa decisão a transforma em uma empresa de capital fechado, sem alterações na composição acionária.
A empresa controla a Reag Investimentos, que foi alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto pela Receita Federal e outros órgãos. A operação visa desarticular um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, envolvendo membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e fintechs da Faria Lima, em São Paulo.
Ainda no início de outubro, a Reag informou que suas acionistas controladoras, a Reag Asset Management e a Reag Alpha Fundo de Investimento Financeiro em Ações, fecharam um acordo para vender sua participação de 87,38% na companhia para a Arandu Partners Holding, composta por executivos da própria Reag. A transação é avaliada em R$ 100 milhões, podendo haver pagamentos adicionais baseados no desempenho operacional nos próximos cinco anos.
Extinção do Conselho Consultivo
No início de setembro, a Reag Capital Holding anunciou a extinção de seu conselho consultivo, após a renúncia de todos os seus integrantes. Esse órgão, não obrigatório, servia como assessoramento ao Conselho de Administração. Agora, as funções desse conselho passarão a ser desempenhadas pelo próprio Conselho de Administração da empresa.
A Reag e suas Operações
A Reag é uma das maiores gestoras independentes do Brasil, sem vínculos com bancos, e administra cerca de R$ 299 bilhões. Ela controla a Ciabrasf, além de seguradoras e financeiras. O empresário João Carlos Mansur é o fundador da empresa, que também patrocina o tradicional cinema Belas Artes, agora chamado de Reag Belas Artes.
A Reag começou sua trajetória na Bolsa em janeiro de 2025, ao adquirir a GetNinjas, que já era listada.
Investigação da Operação Carbono Oculto
A Operação Carbono Oculto foca em esquemas de combustíveis controlados por organizações criminosas. Os suspeitos tentavam ocultar patrimônio utilizando fintechs e fundos de investimento, conectando as fraudes ao centro financeiro da Faria Lima. Além de operar ilegalmente, os envolvidos adotaram estratégias para blindar seus bens.
A Receita Federal identificou que os criminosos movimentaram mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024. Eles controlavam várias instituições financeiras menores, criando camadas de ocultação. A operação também revelou que foram sonegados mais de R$ 7,6 bilhões em impostos.
Posicionamento da Reag
A Reag já afirmou que não possui envolvimento em atividades ilegais e que os fundos mencionados nas investigações nunca estiveram sob sua administração. A empresa garante manter rigorosos controles internos e colaborar integralmente com as autoridades durante as investigações.
Esse cenário complexo levanta questões importantes sobre a transparência no setor financeiro. O que você acha dessas revelações sobre a Reag e a Operação Carbono Oculto? Compartilhe sua opinião ou comente abaixo!
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