O governo da Índia está se aproximando do Talibã em um momento de tensão na região, especialmente com o Paquistão. Em uma recente visita do chanceler afegão, Amir Khan Muttaqi, a Nova Délhi, foi anunciada a reabertura da embaixada indiana no Afeganistão após quatro anos fechada.
Essa é a primeira visita de um membro do Talibã à Índia desde que o grupo retomou o poder em agosto de 2021, após a retirada das tropas dos Estados Unidos. Durante a estadia, Muttaqi se encontrou com o ministro indiano das Relações Exteriores, Subrahmanyam Jaishankar. O Talibã enfrenta sanções do Conselho de Segurança da ONU, o que inclui restrições a viagens internacionais.
A troca diplomática também prevê a abertura de uma embaixada afegã em Nova Délhi. No entanto, a Índia ainda não reconhece oficialmente o governo do Talibã, assim como a maior parte da comunidade internacional.
Esse movimento do governo indiano ocorre em um cenário de crescentes tensões com o Paquistão. Em maio, houve confrontos diretos entre os dois países, com bombardeios mútuos. A situação se agravou após um ataque terrorista na região da Caxemira indiana, que deixou 26 mortos.
Como resposta, a Índia lançou uma operação militar em território paquistanês contra instalações de grupos terroristas apontados como responsáveis pelo ataque. Um cessar-fogo foi mediado pelos EUA quatro dias após o início do conflito.
O Talibã, por sua vez, acusou o Paquistão de realizar ataques contra o Afeganistão. O mais recente, segundo o Ministério da Defesa afegão, ocorreu na última quinta-feira (9/10) e atingiu a capital Cabul e a província de Paktika.
Reports indicam que Noor Wali Mehsud, líder do Tehrik-i-Taliban Pakistan, conhecido como “Talibã paquistanês”, foi morto durante esses bombardeios. O chanceler indiano, em sua conversa com o ministro das Relações Exteriores do Talibã, enfatizou a necessidade de união entre a Índia e o Afeganistão contra o que ele considerou “terrorismo transfronteiriço”.
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