Nesta semana, a China anunciou novas restrições às suas exportações de terras raras, o que pode intensificar a crise entre Pequim e Washington. Essa medida ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses. O economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale, alerta que a China tem plenas condições de responder de forma proporcional.
Vale destaca que há “grandes chances” de retaliações chinesas, especialmente até 1º de novembro, data limite que Trump estabeleceu para o início das novas tarifas. O mercado deve passar por um período de forte volatilidade, como já foi visto na última sexta-feira. Indicadores financeiros refletiram a tensão, com o petróleo caindo mais de 4% e o Ibovespa futuro apresentando queda de 1,15%. As criptomoedas também sentiram o impacto, com o bitcoin e o ethereum encolhendo 8,23% e 14,56%, respectivamente. O dólar futuro para novembro, por outro lado, subiu 2,67%.
O efeito das tarifas, segundo Vale, pode não alcançar as metas desejadas por Trump. Ele argumenta que as políticas atuais podem agravar as condições econômicas dos EUA. “Nada do que ele está propondo vai ajudar em termos de comércio ou industrialização nos EUA”, diz Vale. Ele acredita que as tarifas estão afastando outros países dos Estados Unidos, tornando a economia americana mais isolada e inflacionária.
As restrições chinesas às terras raras são particularmente significativas, pois a China responde por cerca de 70% da extração desses minerais e 90% do processamento químico mundial. Trump criticou essas ações, chamando-as de “sinistras e hostis”, mas Vale ressalta que os EUA precisam dessas terras raras, e sua capacidade de negociação no assunto é bastante limitada.
Em relação à soja, outra preocupação mencionada por Trump, Vale observa que diversas questões, como o aumento dos custos com fertilizantes e equipamentos, tornaram os EUA menos competitivos. Assim, é natural que a China busque alternativas no Brasil e na Argentina.
O cenário atual levanta novas tensões e incertezas. Com os mercados reagindo a cada nova informação, a expectativa é que os próximos dias sejam decisivos para o desenrolar dessa crise. E você? O que pensa sobre essa situação? Comentários são bem-vindos!
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