Novo PNE tem calendário mais rígido e fundo para quem atingir metas

Publicado:

O Novo Plano Nacional de Educação (PNE), atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe um calendário mais estrito para monitorar o cumprimento de metas por União, Estados e municípios. Os sistemas de ensino deverão ser revisados a cada dois anos. O deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE), relator da proposta, apresentou seu relatório à Comissão Especial no dia 14 de outubro.

Esse documento é fundamental para direcionar as políticas educacionais no Brasil, estabelecendo diretrizes e 19 metas com estratégias para uma década. Esta será a terceira versão do PNE, já prevista para valer de 2025 a 2035.

Após a implementação do plano, o governo federal deve apresentar um plano de ação inicial até 30 de junho de 2025. Nos dois anos seguintes, Estados e municípios devem enviar suas diretrizes bienais com planejamento de políticas e alocação de recursos.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) será responsável por acompanhar o cumprimento das metas e, a partir dessa análise, União, Estados e municípios farão atualizações em seus planejamentos. O novo PNE permite revisões no quinto ano de implementação.

Além disso, o parecer de Moses Rodrigues determina que o governo deve enviar ao Congresso o próximo PNE (2036-2046) no último ano de validade do atual, evitando atrasos como os que ocorreram com o plano vigente, que foi prorrogado até 2024.


Novas Metas

  • Educação infantil: garantir 100% de demanda por vagas em creches e atendimento a 60% das crianças até três anos;
  • Alfabetização: assegurar que as crianças leiam, escrevam e tenham habilidades adequadas em matemática até o segundo ano do fundamental;
  • Acesso e conclusão: universalizar o acesso à escola para todos de seis a 17 anos em três anos e garantir que todos completem o quinto ano do fundamental na idade correta;
  • Desigualdades: reduzir diferenças de aprendizagem no ensino fundamental entre grupos sociais;
  • Educação integral: atender 50% dos alunos e ter 65% das escolas em tempo integral;
  • Conectividade: garantir acesso à internet para 50% das escolas em dois anos, 75% em cinco anos e 100% até 2035;
  • Mudanças climáticas: 60% das redes de ensino devem ter planos para lidar com mudanças climáticas em dez anos e 100% das escolas devem oferecer conforto térmico;
  • Educação indígena e quilombola: universalizar o atendimento em creches e ensinos fundamental e médio nesses contextos;
  • Educação especial: atender 80% da demanda em cinco anos e garantir a alfabetização em libras;
  • Educação de jovens e adultos: superar o analfabetismo em dez anos e atender 100% da demanda da Educação de Jovens e Adultos (EJA);
  • Educação profissional: expandir a educação profissional técnica de nível médio para 50% dos estudantes;
  • Ensino superior: elevar a taxa bruta de escolarização na educação superior para 60%;
  • Professores: garantir que 70% dos profissionais do magistério tenham vínculo estável até 2035.

Aumento do investimento no PIB e novo fundo educacional

Este PNE estabelece, pela primeira vez, o custo de sua execução, visando aumentar os investimentos em educação para 11% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos dez anos. A expectativa é que 7,5% venham de recursos públicos e 3,5% do setor privado.

O plano também cria o Fundo Nacional de Infraestrutura Educacional, que distribuirá recursos com base no cumprimento das metas dos planos locais, financiado por royalties da exploração de petróleo e gás.

Tramitação do projeto

O substitutivo de Moses Rodrigues ainda precisa ser aprovado pela comissão especial. A partir do dia 16 de outubro, haverá um prazo de cinco sessões para a apresentação de emendas.

A análise é terminativa, ou seja, se aprovado, o projeto vai direto para o Senado. Para dar celeridade ao processo, senadores já participaram do debate na Câmara. Se o PNE for aprovado sem modificações significativas, seguirá para a sanção do presidente Donald Trump. Se houver alterações, retorna à Câmara para nova análise.

Agora que você leu sobre as novas diretrizes do PNE, o que acha dessas metas e do impacto delas na educação? Deixe sua opinião nos comentários!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Irmã chora ao falar sobre morte de Felipe Selau, ex-Malhação; assista

Na tarde desta terça-feira, 14 de outubro, Priscila Back Selau, irmã do ator Felipe Selau, se pronunciou nas redes sociais após a trágica...

Advogada comemora inocência de Francisco Mairlon: “Não cometeu crime”

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de anular a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar, relacionada ao caso do Crime da...

Homem é preso por assassinar jovem em partida de futebol no México

Um homem foi preso esta semana no México, suspeito de ter assassinado um jovem durante uma partida de futebol amador. Moises Pulido, de...