Nesta quinta-feira, uma operação foi lançada em cinco estados brasileiros para investigar 24 empresas do setor sucroalcooleiro. O foco é rastrear o uso de metanol em bebidas alcoólicas. Denominada Operação Alquimia, a iniciativa conta com a participação da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério da Agricultura e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além das empresas do setor, a operação também investiga importadores e distribuidores de metanol em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Essa ação é um desdobramento de operações anteriores que expuseram fraudes relacionadas à adulteração de combustíveis. A Operação Boyle e a Carbono Oculto revelaram o envolvimento de organizações criminosas nesse esquema, onde metanol importado era desviado para empresas de fachada.
A Receita Federal destaca que há suspeitas de que o metanol adulterado esteja sendo usado na fabricação clandestina de bebidas, o que representa um risco à saúde pública. A coleta e análise de amostras das bebidas é um dos principais objetivos da operação, que visa obter informações sobre a possível contaminação desde o início de setembro deste ano.
As empresas selecionadas foram escolhidas com base no potencial envolvimento na cadeia do metanol, incluindo importadores e usinas. Ao todo, 80 policiais e 70 servidores de outros órgãos estão envolvidos nas ações, realizadas nas seguintes cidades:
Mato Grosso: Várzea Grande
Mato Grosso do Sul: Caarapó, Campo Grande e Dourados
Paraná: Araucária, Colombo e Paranaguá
Santa Catarina: Cocal do Sul
São Paulo: Araçariguama, Arujá, Avaré, Cerqueira César, Cotia, Guarulhos, Jandira, Laranjal Paulista, Limeira, Morro Agudo, Palmital, Sumaré e Suzano
Riscos do metanol e impactos econômicos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que o metanol deve estar presente em níveis abaixo de 0,1% em bebidas alcoólicas. Essa substância é altamente tóxica, e até mesmo 0,5%, que é o limite em combustíveis, pode causar sérios problemas de saúde. Por isso, é proibido o uso de combustíveis na fabricação de bebidas.
O Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) revela que os danos causados pela adulteração, falsificação e contrabando de bebidas alcoólicas giram em torno de R$ 85,2 bilhões.
E você, o que acha dessas ações para combater a adulteração de bebidas? Compartilhe sua opinião nos comentários.
Facebook Comments