Gilmar pede destaque e para julgamento sobre aborto. Placar é 2 x 0

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

Na última sexta-feira (17/10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso votou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Após seu voto, Gilmar Mendes pediu destaque da ação, o que fará com que o julgamento ocorra em plenário presencial, embora ainda sem data definida.

Barroso, prestes a se aposentar, acompanhou a posição da ministra aposentada Rosa Weber, levando o placar atual para 2 a 0 em favor da descriminalização do aborto no Brasil. Em seu voto, Barroso enfatizou que a interrupção da gravidez deve ser vista como uma questão de saúde pública, e não uma questão penal.

O ministro reforçou seu posicionamento em declarações anteriores. “Ninguém é a favor do aborto em si. O papel do Estado é evitar que isso aconteça, oferecendo educação sexual, distribuindo contraceptivos e apoiando a mulher que decide ter um filho em circunstâncias difíceis”, disse Barroso.

Ele destacou que a discussão não deve se limitar a ser a favor ou contra o aborto. A questão central é definir se uma mulher que enfrenta esse dilema deve ser punida. “O Estado deve ter o poder de forçar uma mulher a ter um filho que não deseja? Isso é uma decisão que só ela deve tomar”, afirmou.

Barroso solicitou que o ministro Fachin agendasse uma sessão extra para discutir a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 em sessão virtual, que começou nesta sexta e se estenderá até o dia 20 de outubro.

Contexto da Discussão

O debate sobre a descriminalização do aborto foi instigado ao STF pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), autor da ação. Em 2018, a ministra Rosa Weber convocou uma audiência pública para discutir o tema com especialistas e representantes da sociedade civil. Após sua aposentadoria, a relatoria do caso ficou com Flávio Dino.

No seu voto, Rosa Weber destacou que, embora o Congresso Nacional tenha a competência de legislar sobre o tema, o Poder Judiciário deve lidar com qualquer questão que envolva a violação de direitos, essenciais para a democracia.

Ela também comentou que o STF não deve criar políticas públicas, mas tem a responsabilidade de promover o diálogo institucional, usando técnicas que permitam coletar dados e informações essenciais para uma discussão democrática.

Rosa Weber concluiu que a criminalização do aborto é “irracional do ponto de vista da política criminal, ineficaz socialmente e inconstitucional juridicamente”.

E você, qual a sua opinião sobre esse tema tão delicado? Compartilhe seu ponto de vista nos comentários!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Homem é preso em flagrante durante operação da PM no bairro de Tancredo Neves, em Salvador

Um homem identificado como Deivisson Pinto Pereira, conhecido como "Coroinha", foi preso em flagrante durante uma operação...

Educação financeira aliada à empatia marca último BBTS Talks de 2025

Para quem já viveu a angústia de contas atrasadas, renda apertada ou dificuldade de renegociar dívidas, a educação financeira aparece como caminho eficiente...

Careca do INSS teria pago Lulinha por meio de empresa em Portugal

Um homem que acusa o filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter recebido “mesada” do lobista Antonio Carlos...