De munição a arsenal atômico: ministros e parlamentares defendem corrida armamentista no Brasil

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Enquanto o mundo enfrenta uma série de incertezas sobre segurança global, o Brasil se vê no centro de um debate crescente sobre investimentos na Defesa. O assunto abrange desde o aumento de gastos com armamentos até a possibilidade de desenvolvimento de armas nucleares.


Defesa no Brasil

  • Parlamentares, inclusive do governo Lula, estão discutindo a necessidade do Brasil entrar em uma corrida armamentista.
  • José Múcio, ministro da Defesa, ressaltou que o país precisa aumentar os investimentos para enfrentar a situação crítica das Forças Armadas.
  • O deputado federal Kim Kataguiri (União) propõe a revisão da proibição de armas nucleares no Brasil.
  • Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, já se mostrou favorável ao uso de energia nuclear para fins militares.

Recentes mudanças geopolíticas e guerras em andamento levaram o mundo a uma nova corrida armamentista. Segundo a ONU, os gastos militares globais alcançaram US$ 2,7 trilhões no último ano, com US$ 100 bilhões voltados apenas para armas nucleares, conforme dados da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (ICAN).

Em contrapartida, o Brasil destirou R$ 112,25 bilhões para Segurança Nacional, sendo que R$ 77,4 bilhões foram usados para pagar salários de militares ativos, inativos e pensionistas. Por isso, parlamentares e ministros têm clamado por uma atenção maior às capacidades militares do país.

Pedido de socorro

Escolhido por Lula para o Ministério da Defesa, José Múcio já solicitou diversas vezes que o Brasil aumente os investimentos na área. Em uma audiência pública no Senado, ele abordou a grave situação das Forças Armadas, informando que o país possui munição apenas para 30 dias.

“Falta combustível, faltam peças, falta munição. Temos 30 dias de munição; 30 dias espanta o inimigo, mas se ele voltar, não temos o que fazer.”

Múcio destacou que, apesar do histórico pacífico do Brasil, não há garantias de que essa paz será eterna. Para isso, ele busca apoio parlamentar para aumentar o orçamento da defesa. Ele defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previsibilidade, que prevê um aporte de R$ 30 bilhões nas Forças Armadas ao longo de seis anos.

Analistas afirmam que a PEC de Portinho é fundamental para fortalecer a segurança nacional. O professor Sandro Teixeira, da Escola do Comando e Estado-Maior do Exército do Brasil, mencionou que a defesa deveria ser uma prioridade no Brasil.

“A PEC do senador é elemento chave nas discussões sobre defesa e soberania nacional. Embora o Brasil tenha um histórico pacífico, não podemos acreditar que todos os problemas possam ser resolvidos no diálogo. É crucial ter capacidade de defesa.”

Armas nucleares

Paralelamente à busca por mais recursos, outra discussão sobre a defesa nacional está ocorrendo na Câmara dos Deputados, envolvendo o uso de energia nuclear. A PEC proposta por Kim Kataguiri visa permitir a construção de um arsenal nuclear brasileiro, alterando a Constituição de 1988 que proíbe o uso de energia nuclear para fins militares.

Kataguiri argumenta que, em um mundo em transformação geopolítica, armas nucleares são instrumentos de negociação política. Ele destaca que, sem esse tipo de armamento, o Brasil dependerá de alianças internacionais e garantias diplomáticas frágeis.

Kataguiri já coletou 30 das 171 assinaturas necessárias para que a PEC possa ser protocolada. Até Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, defendeu uma revisão constitucional a respeito do uso de energia nuclear na defesa.

“Só será respeitado no mundo aquele que tiver soberania nuclear.”

Alerta

A proposta da “Bomba Atômica”, como é chamada, provocou reações na comunidade científica brasileira. Instituições como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) se manifestaram contra, afirmando que revogar a proibição significaria um retrocesso civilizatório.

“Revogar essa proibição teria consequências jurídicas, diplomáticas e morais irreparáveis.”

Sandro Teixeira também expressou preocupações, alertando que o Brasil poderia se tornar alvo de retaliações de potências nucleares, não desejando um mundo mais nuclear e tratando o Brasil como paria internacional.

O debate sobre a defesa nacional e o futuro do Brasil nesse cenário global é mais relevante do que nunca. O que você pensa sobre essas propostas? Suas opiniões e comentários são sempre bem-vindos!

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