A Justiça da Colômbia reverteu nesta terça-feira (21) a condenação do ex-presidente Álvaro Uribe, que havia sido punido por suborno de testemunhas e fraude processual. Essa decisão é um marco, pois Uribe se tornou o primeiro ex-mandatário do país a receber uma sentença criminal e a perder a liberdade.
Um juiz do Tribunal Superior de Bogotá concluiu que não existiam provas suficientemente robustas para incriminar Uribe. Além disso, ele apontou irregularidades nas escutas apresentadas como evidência e falhas no processo da juíza anterior. Uribe foi condenado a 12 anos de prisão domiciliar.
O senador de esquerda Iván Cepeda, que fez a denúncia contra Uribe e é um crítico político de longa data, já anunciou planos para recorrer dessa decisão à Suprema Corte. Após uma audiência virtual que durou seis horas, Uribe, em sua residência em Rionegro, expressou gratidão à sua equipe jurídica, afirmando que sempre disse a verdade. Ele havia passado apenas 20 dias em prisão domiciliar antes de ser liberado por uma decisão anterior do mesmo tribunal.
O presidente Gustavo Petro, também opositor de Uribe, criticou a decisão nas redes sociais, sugerindo que é uma tentativa de encobrir a história de corrupção associada a figuras políticas de seu país. Essa anulação agita o cenário político colombiano, especialmente com as eleições presidenciais se aproximando em 2026. A decisão foi celebrada por forças de direita, e algumas pré-candidatas associadas a Uribe não descartam sua possível candidatura ao Senado ou à vice-presidência.
O caso se desenrola desde 2018, quando a Suprema Corte começou a investigar supostas conexões de Uribe com grupos paramilitares, após denúncias de Cepeda. No mesmo processo, o advogado de Uribe, Diego Cadena, foi condenado a sete anos de prisão domiciliar por tentar subornar um ex-paramilitar para alterar seu testemunho. Enquanto Uribe nega as acusações, atribuindo-as a uma perseguição política da esquerda, ele ainda enfrenta mais três investigações sobre formação e financiamento de grupos paramilitares, além de outros crimes.
As reações à decisão foram variadas. O presidente Petro a desprezou, sugerindo que ela está ligada à crise atual do país com os Estados Unidos, enquanto o secretário de Estado americano Marco Rubio celebrou a absolvição de Uribe, considerando-a uma vitória da Justiça após anos de perseguições. Uribe, mesmo sendo uma figura popular por sua luta contra a guerrilha em seu mandato, tem seu governo marcado por graves violações de direitos humanos.
Agora, a análise do recurso na Suprema Corte poderá levar meses ou até anos, podendo trazer novas reviravoltas para o ex-presidente e o futuro político da Colômbia. E você, o que pensa sobre essa decisão? Deixe sua opinião nos comentários!
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