A Amazon lançou, nesta quarta-feira (22), o robô Blue Jay, criado para trabalhar em conjunto com os funcionários em seus centros de distribuição. Essa novidade faz parte de um grupo de tecnologias que inclui o Project Eluna, uma ferramenta de inteligência artificial destinada a auxiliar na gestão das operações.
A apresentação do robô ocorre em um momento delicado; o The New York Times revelou documentos internos da empresa, que revelam planos para automatizar processos a fim de substituir até 600 mil empregos nos próximos anos. Apesar de o Blue Jay ser mostrado como um suporte aos trabalhadores, essa iniciativa reacende a discussão sobre os efeitos da automação no mercado de trabalho da Amazon.

Blue Jay coordena braços robóticos e pode operar em alta velocidade
Segundo a Amazon, o Blue Jay consegue coordenar múltiplos braços robóticos em um mesmo espaço, realizando tarefas como separar, armazenar e consolidar itens ao mesmo tempo. O robô já está em fase de testes em um centro de distribuição na Carolina do Sul, lidando com cerca de 75% dos produtos armazenados.
O desenvolvimento do Blue Jay levou pouco mais de um ano, um tempo menor que o que foi necessário para criar sistemas anteriores, como Robin e Sparrow. Essa rapidez é atribuída ao uso de modelagem digital e técnicas de inteligência artificial, que auxiliaram nos testes antes da produção. O objetivo é tornar o trabalho mais seguro e eficiente, reduzindo o esforço físico dos operadores.

Project Eluna usa IA para reduzir carga cognitiva dos operadores
Outro destaque é o Project Eluna, um sistema de IA que funciona como um “assistente” para os operadores. Ele analisa dados em tempo real e sugere ações para evitar gargalos logísticos, como a realocação de funcionários. O projeto será testado em um centro de distribuição no Tennessee durante as festas de fim de ano.
A Amazon busca, com o Eluna, reduzir a quantidade de sistemas que os gerentes precisam monitorar, permitindo que se concentrem nas atividades de supervisão. Essa iniciativa faz parte da estratégia da empresa de integrar a IA em suas operações, em parceria com outras ferramentas como os sistemas Vulcan e DeepFleet.

Planos de automação e redução de contratações
Esses novos anúncios surgem em um momento de intenso escrutínio sobre a automação na Amazon. Documentos internos sugerem que a empresa pretende automatizar até 75% de suas operações, diminuindo a dependência da mão de obra humana nos próximos anos, com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos.
Em resposta, executivos da Amazon afirmaram que a empresa criou mais empregos nos Estados Unidos na última década e destacaram programas de capacitação para os funcionários que trabalham com robôs e IA. O diretor de tecnologia da Amazon Robotics, Tye Brady, enfatizou que “o verdadeiro destaque não são os robôs, mas as pessoas e o futuro do trabalho que estamos construindo”.

Automações avançam, mas impacto no emprego é incerto
Com a adoção de robôs como o Blue Jay, a Amazon também testa novas tecnologias, incluindo robôs com sensores táteis e modelos de IA generativa. Embora a empresa fale sobre a ergonomia e segurança proporcionadas, o discurso de colaboração entre humanos e máquinas contrasta com os planos internos que preveem menos trabalhadores em operações e mais funcionários dedicados à manutenção das máquinas.
À medida que o Blue Jay começa a ser testado, essas inovações podem significar um avanço significativo para operações mais rápidas e baratas, mas também uma transformação no papel do trabalho humano na companhia.
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