Em ato a Herzog, Alckmin evita comentar revisão da Lei da Anistia

Durante um ato inter-religioso em homenagem aos 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), foi questionado sobre a tentativa de revisão da Lei da Anistia. Ele se esquivou de comentar o tema, afirmando apenas que o Brasil “deu bons passos nessa questão”.

O evento ocorreu em frente à Catedral da Sé, no centro de São Paulo, em memória de Herzog, que foi assassinado no DOI-Codi, um dos principais centros de repressão durante a ditadura militar.

Atualmente, há cinco ações no Supremo Tribunal Federal (STF) buscando revisar a Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes políticos desde 1961, incluindo os cometidos por militares. Um dos principais argumentos é que a lei não poderia proteger crimes contra a humanidade, conforme destacado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975, após se apresentar voluntariamente no DOI-Codi. O regime militar tentou encobrir a verdade, alegando que ele havia cometido suicídio. No entanto, exames e relatos mostraram sinais claros de tortura em seu corpo.

Alckmin destacou que a morte de Herzog foi resultado da política de perseguição do Estado, afirmando: “Em vez de proteger os cidadãos, os perseguia e matava. Por isso, é fundamental fortalecer a democracia, a Justiça e a liberdade”.

Ivo Herzog, filho do jornalista, criticou a Lei da Anistia, chamando-a de “aberração”. Ele afirmou que o estado deve se comprometer com a Justiça e que a anistia de 1979 foi ineficaz, já que o regime autoritário nunca reconheceu seus crimes. Ivo lembrou que, durante a missa de sétimo dia de seu pai, mais de 8 mil pessoas se reuniram em protesto contra a violência do Estado.

Além de Alckmin, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, também esteve presente no ato, mas não falou com a imprensa.

O evento não só relembra uma tragédia histórica, mas também reafirma a importância da luta por justiça e pelos direitos humanos no Brasil.

O que você pensa sobre a Lei da Anistia e a importância de lembrar os acontecimentos da ditadura? Compartilhe suas ideias nos comentários.

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