Fiéis lotam Catedral da Sé 50 anos após morte de Herzog: “Sem anistia”

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Cinquenta anos após a morte de Vladimir Herzog, a Catedral da Sé, no centro de São Paulo, foi palco de um ato emocionante na noite de sábado (25). Este evento reuniu moradores de diversas religiões em homenagem ao jornalista, símbolo da violência e da perseguição política sob a ditadura militar brasileira.

Os bancos e corredores da catedral estavam lotados, com muitos fiéis acompanhando a cerimônia em pé. No início do ato, um minuto de silêncio em respeito a Herzog foi seguido por uma ovada ao nome dele, enquanto cartazes perguntavam: “Onde estão nossos desaparecidos?”.

Durante a cerimônia, fotografias de vítimas da ditadura foram exibidas em um telão, e o público aplaudiu de pé diversas vezes. Nos discursos, a plateia mostrou sua indignação ao gritar em coro “sem anistia”, referindo-se aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Também cantaram músicas emblemáticas da resistência, como “Cálice” e “O Bêbado e o Equilibrista”.

Morte de Herzog

Vladimir Herzog foi morto em 25 de outubro de 1975, após se apresentar voluntariamente ao DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações). Na época, o regime militar divulgou uma foto que sugeria suicídio, mas investigações posteriores revelaram sinais claros de tortura em seu corpo.

Uma semana após sua morte, uma missa na Catedral da Sé reuniu mais de 8 mil pessoas, conduzida por líderes religiosos como o cardeal D. Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo Jaime Wright, tornando-se um marco na luta pela democracia.

Geraldo Alckmin

Em coletiva antes do ato, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), comentou que a morte de Herzog simboliza a perseguição do estado ao seu povo. “O extremismo do estado perseguiu e matou cidadãos, em vez de protegê-los. É fundamental fortalecer a democracia e a Justiça”, disse.

Ele também abordou a revisão da Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes da ditadura. Atualmente, cinco ações no Supremo Tribunal Federal tentam anular os efeitos da lei. “Demos bons passos nessa questão”, limitou-se a afirmar.

Este ato de lembrança trouxe à tona questões ainda relevantes na luta por justiça e memória histórica. Como você vê a importância de lembrar eventos como este? Compartilhe suas opiniões nos comentários.

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