Na terça-feira, 28 de outubro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou que pediu ao governo federal a transferência imediata de dez líderes do crime organizado para penitenciárias de segurança máxima. Segundo Castro, esses criminosos continuam a comandar ataques orquestrados pelo Comando Vermelho (CV), mesmo estando encarcerados no sistema prisional estadual.
O governador pretende remanejar figuras chave identificadas pela inteligência policial como responsáveis por confrontos armados e retaliações, além de darem ordens diretas durante a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital. Os alvos da transferência são:
- Wagner Teixeira Carlos, o Waguinho de Cabo Frio
- Rian Maurício Tavares Mota, o Da Marinha
- Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha
- Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho
- Alexander de Jesus Carlos, o Choque/Coroa
- Leonardo Farinazzo Pampuri, o Léo Barrão
- Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor
- Fabrício de Melo de Jesus, o Bichinho
- Carlos Vinícius Lirio da Silva, o Cabeça do Sabão
- Eliezer Miranda Joaquim, o Criam
“Recebi um relatório das polícias Civil e Penal com os nomes das maiores lideranças do tráfico que, mesmo presas, ajudaram a provocar o terror no Rio. Tomei a decisão de pedir ao governo federal 10 vagas para transferência imediata desses criminosos de maior periculosidade,” declarou Castro.
Megaoperação em curso
Na madrugada do mesmo dia, aproximadamente 2.500 agentes ocuparam as entradas das comunidades para cumprir mandados contra lideranças do CV. Durante a operação, houve confrontos intensos. Escolas e unidades de saúde permaneceram fechadas, enquanto criminosos montaram barricadas e usaram drones para lançar explosivos contra a polícia.
O balanço preliminar indica 81 prisões e 64 mortes, incluindo quatro policiais:
- Marcus Vinicius Cardoso Carvalho, 51 (PCERJ)
- Rodrigo Velloso Cabral, 34 (PCERJ)
- Cleiton Serafim Gonçalves, 42 (PMERJ/Bope)
- Herbert Carvalho da Fonseca, 39 (PMERJ/Bope)
Devido ao medo de represálias, todos os policiais civis e militares do estado estão em alerta e podem ser convocados a qualquer momento para reforçar a segurança nas ruas.
Críticas ao governo federal
Durante uma coletiva de imprensa, Castro criticou a falta de apoio do governo federal, especialmente a rejeição de pedidos para empréstimo de blindados das Forças Armadas. “Tivemos pedidos negados três vezes. Para emprestar blindado, tinha que ter GLO, e o presidente é contra a GLO. Hoje, o Rio está sozinho nessa luta,” afirmou.
A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é um mecanismo que permite o emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública, dependendo da autorização do presidente.
Resposta do Ministério da Justiça
O Ministério da Justiça e Segurança Pública se defendeu, afirmando que atendeu a todas as solicitações da Força Nacional desde 2023. Em 2025, a Polícia Federal já realizou 178 operações no Rio, enquanto a PRF tem trabalhado no combate ao roubo de cargas e veículos. Além disso, foram disponibilizados R$ 170 milhões federais para a segurança pública no estado.
O tema é complexo e a situação no Rio é delicada. Como você vê a atuação do governo na segurança pública? Deixe sua opinião nos comentários e vamos discutir.


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