As iguanas de Clarion Island, localizada no México, estavam prestes a ser exterminadas, acusadas de serem uma espécie invasora. No entanto, novas pesquisas genéticas mostraram que esses répteis, conhecidos como iguanas-de-cauda-espinhosa (Ctenosaura sp.), são nativos da ilha e chegaram muito antes dos humanos.
Essas descobertas mudaram completamente a percepção sobre o ecossistema da ilha. Anteriormente, acreditava-se que as iguanas haviam sido trazidas por embarcações humanas. A pesquisa revelou que, na verdade, esses animais divergiram de seus parentes no continente há cerca de 425 mil anos, muito antes da chegada dos primeiros humanos à América, estimada em 26 mil anos atrás.

Essas iguanas provavelmente chegaram à ilha por meios naturais, flutuando em pedaços de madeira ou vegetação trazidos pelas correntes oceânicas.
Mal-entendido que quase levou à extinção
Consideradas invasoras, as iguanas estavam ameaçadas de erradicação. Essa decisão poderia resultar na extinção de uma espécie nativa. O engano teve início com a introdução de ovelhas, porcos e coelhos na ilha, que destruíram a vegetação local. Com menos plantas, as iguanas tornaram-se mais visíveis, levando os observadores a pensar que estavam dominando o ambiente.
Pesquisas mostraram que esses répteis apenas conseguiram sobreviver às mudanças provocadas pelos novos mamíferos. Essa correção chegou a tempo de salvar a espécie e reforçar a importância de análises genéticas antes de qualquer ação de controle ambiental.

Lições deixadas pelo caso das iguanas
O estudo, publicado na revista Ecology and Evolution, ressalta a importância da pesquisa genética para a conservação. Daniel G. Mulcahy, do Museum für Naturkunde Berlin, destaca que entender quais espécies pertencem a um ecossistema é fundamental para protegê-las efetivamente.
As iguanas de Clarion, que quase foram extintas por engano, agora simbolizam um princípio essencial da ciência: é preciso verificar as evidências antes de agir.
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