O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) anunciou, na manhã desta quarta-feira, 29, uma importante medida: o Termo de Interdição do estacionamento do Complexo da Pupileira, em Salvador. Essa área abriga o Sítio Arqueológico Cemitério dos Africanos, um dos maiores cemitérios de pessoas escravizadas da América Latina.
A decisão visa desocupar a área para que sejam realizadas pesquisas arqueológicas e, futuramente, a criação de um centro de memória. A arqueóloga, antropóloga e coordenadora do projeto, Jeanne Dias, expressou sua satisfação com a medida. Ela ressaltou a importância histórica e social do local. “Essa oficialização é fundamental para valorizar a memória social da cidade, conectando-se com aspectos sensíveis da sociedade baiana”, afirmou.
Jeanne também enfatizou a necessidade de ampliar o debate sobre o futuro do sítio. Segundo ela, é essencial considerar o processo de escravização e a reparação histórica, reintegrando as narrativas das pessoas que foram privadas de seus direitos. “Isso pode nos ajudar a reescrever a história da sociedade”, completou.
O Termo de Interdição foi baseado no relatório final do Levantamento Arqueológico realizado pela empresa Arqueólogos. O documento destaca a relevância do sítio, que contém vestígios osteológicos de indivíduos sepultados por mais de 150 anos, incluindo líderes históricos da Conjuração Baiana e da Revolta dos Malês.
A pesquisa também aponta que a falta de reconhecimento desse cemitério negou direitos essenciais a esses indivíduos e seus descendentes. Portanto, a utilização da área como estacionamento foi suspensa, uma vez que o tráfego de veículos compromete as camadas de aterro, acelerando a destruição dos restos humanos e outros vestígios arqueológicos.
O que você pensa sobre essa decisão? Deixe sua opinião nos comentários e vamos debater sobre a importância da preservação da memória histórica.

Facebook Comments