O governo dos Estados Unidos anunciou um corte significativo na admissão de refugiados para 2026, reduzindo o número para apenas 7.500, o menor já registrado. Essa decisão marca uma mudança radical na política migratória americana, que, por décadas, acolheu milhares de pessoas fugindo de guerras e perseguições.
De acordo com um memorando da Casa Branca, a maioria das vagas será destinada a afrikaners, que são brancos sul-africanos descendentes de europeus. O documento menciona que as admissões se concentrarão em “pessoas que sofreram discriminação ilegal ou injusta em seus países de origem”.
Durante a administração de Joe Biden, os EUA receberam mais de 100 mil refugiados por ano. O corte, anunciado pelo novo governo de Donald Trump, que reassumiu em janeiro de 2025, representa uma ruptura com essa abordagem. Desde então, foram suspensos programas de admissão e respaldos como o Status de Proteção Temporária (TPS) para afegãos, haitianos, venezuelanos e cidadãos de outras nações.
Trump justificou a decisão afirmando que os afrikaners enfrentam uma “situação terrível” na África do Sul, mencionando até mesmo a palavra “genocídio”, o que foi amplamente contestado por especialistas e pelo governo sul-africano. Em maio, os primeiros 50 refugiados afrikaners chegaram aos Estados Unidos.
A mudança causou reações negativas de diversas organizações de direitos humanos. Aaron Reichlin-Melnick, do Conselho Americano de Imigração, afirmou que o programa de refugiados pode ser desvirtuado para favorecer a imigração branca. Krish O’Mara Vignarajah, presidenteda Global Refuge, comentou que a alteração compromete a credibilidade de um programa que, há mais de 40 anos, oferece abrigo a famílias fugindo de conflitos e repressão.
Atualmente, os brancos representam cerca de 7,3% da população sul-africana. Apesar de serem uma minoria, ainda controlam dois terços das terras agrícolas e têm uma renda média três vezes superior à da população negra. Vale lembrar que o regime do apartheid, liderado por governos afrikaners, foi abolido somente em 1994.
O que você pensa sobre essa decisão? A mudança na política de refugiados dos EUA é uma resposta necessária ou uma abordagem equivocada? Compartilhe sua opinião nos comentários!



 
                                    
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