Rio de Janeiro – A recente megaoperação Contenção, que resultou em 121 mortes nos complexos da Penha e do Alemão, trouxe à tona um novo plano do governo do Rio de Janeiro. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, anunciou que a proposta para reverter a situação em áreas controladas pelo crime será entregue ao governo federal no dia 20 de dezembro.
Esse projeto é resultado de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que estabelece limites para operações policiais nas favelas fluminenses e exige ações de longo prazo.
A declaração foi feita em coletiva realizada na Cidade da Polícia, onde Santos apresentou dados atualizados sobre as mortes. De acordo com a Polícia Civil, 99 criminosos foram identificados, sendo que 78 tinham antecedentes relevantes e 40 eram de outros estados, incluindo líderes do Comando Vermelho atuando em locais como Pará, Amazonas e Bahia.
Santos destacou que a operação, que contou com a participação de mais de 2,5 mil agentes, teve como objetivo desmantelar a cúpula da facção criminosa. Ele ressaltou que o problema do crime é amplo. “O Rio se tornou um centro de formação do crime nacional, onde traficantes externos se refugiam e retornam mais fortes para expandir o Comando Vermelho em seus estados”, afirmou.
“A solução não é ocupar, é retomar”
O secretário fez questão de enfatizar que a estratégia do estado deve ultrapassar operações isoladas. Ele argumentou que a força policial não consegue manter ocupações prolongadas em diversas localidades controladas por facções e milícias. “Se dividirmos o efetivo policial pelas comunidades, teremos apenas sete policiais por local. A solução não é a ocupação, mas a retomada”, destacou.
A retomada, segundo ele, deve incluir a reconstrução de serviços públicos, controle territorial do estado e integração com políticas federais de inteligência, fronteiras, prisões e lavagem de dinheiro.
Um plano sob pressão nacional
A proposta de entrega do plano ao governo Lula surge em um momento marcado pela crítica de especialistas e entidades de direitos humanos, que questionam o elevado número de mortes durante a operação, a mais letal da história do Brasil. No entanto, o governo fluminense defende que essa ação foi crucial para evitar que a capital se tornasse um QG nacional do Comando Vermelho.
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