A cidade de São Paulo tem enfrentado um alarmante índice de atropelamentos, com uma média de 18 ocorrências diárias desde o início do ano, de acordo com dados do Infosiga, do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP). No total, foram registrados 4.934 atropelamentos, com destaque para as marginais e grandes avenidas da zona sul, que são os locais mais perigosos da capital paulista.
Entre janeiro e setembro, 293 pedestres perderam a vida no trânsito da cidade, um aumento de 0,7% em relação ao mesmo período de 2024. Além disso, 361 motociclistas faleceram, o que representa um aumento de 2,3% em comparação ao ano passado.
Os dados também mostram que a Avenida Francisco Morato, na zona oeste, registrou 11 atropelamentos nos primeiros nove meses do ano, mas não está entre as principais vias com essas ocorrências. Um incidente trágico ocorreu recentemente, quando um policial pilotando sua moto atropelou e matou um professor que atravessava a rua.
Com um histórico de 58 atropelamentos em 2025, a Marginal Tietê se destaca como a via mais perigosa. Embora geralmente seja vista como uma simples via rápida, ela possui diversos pontos de ônibus e travessias, tornando-se um desafio para os pedestres. Diariamente, o professor Gustavo Paulino Izique compartilha sua luta para atravessar a área de acesso da Ponte das Bandeiras.
“Tem dias que fico de três a cinco minutos esperando. Carros e motos geralmente não param”, diz Gustavo, refletindo a frustração de muitos que se arriscam ao atravessar. Em contrapartida, na parte elevada da ponte, o pedestre encontra faixas que forçam os motoristas a reduzir a velocidade, aumentando a segurança.
Apesar da alta taxa de atropelamentos, a Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) afirma que os moradores em situação de rua são os mais afetados. Marcelo de Léo, um reciclador de 60 anos, lamenta a falta de respeito de alguns motoristas e destaca a intensidade do trânsito, que muitas vezes não permite que os pedestres atravessem com segurança.
Locais críticos na zona sul
As estradas de Itapecerica e M’Boi Mirim também figuram entre as mais perigosas, registrando atropelamentos frequentes, mesmo em áreas de alta concentração de pessoas. “Aqui já vi muitos atropelamentos”, comenta o aposentado Juvêncio de Medeiros, sobre a Estrada de Itapecerica.
A vigilante Adelma Oliveira dos Santos, de 47 anos, critica os tempos semafóricos na Estrada do M’Boi Mirim. “Demoram muito para abrir, e isso acaba causando acidentes, pois as pessoas se apressam para atravessar”, afirma.
Principais vias com maior ocorrência de atropelamentos:
- Marginal Tietê – 58
- Estrada de Itapecerica – 49
- Estrada do M’Boi Mirim – 47
- Avenida Senador Teotônio Vilela – 46
- Avenida Sapopemba – 41
- Avenida Marechal Tito – 38
- Avenida Dona Belmira Marin – 37
- Marginal Pinheiros – 37
- Avenida do Estado – 28
- Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira – 26
Medidas da Prefeitura de São Paulo
A Prefeitura informa que, por meio da CET, estão sendo implementadas ações para aumentar a segurança viária. Entre elas, o projeto “Áreas Calmas”, que busca reduzir acidentes em locais de grande movimento de pedestres, e o “Rota Acessível”, que estimula a mobilidade segura.
Outros programas têm como foco o redesenho urbano e ajustes na sinalização em áreas com alta incidência de atropelamentos. A CET também monitora regularmente essas vias para garantir maior segurança e fluidez, além de ajustar os tempos semafóricos para facilitar a travessia dos pedestres.
A redução das velocidades máximas e a criação de travessias elevadas são algumas das estratégias destacadas pela CET. “Em 2025, implantamos 31 minirrotatórias e mais de 2 mil novas travessias para pedestres”, informa a companhia.
Como você vê a situação do trânsito em São Paulo? Tem alguma experiência para compartilhar? Adoraríamos saber a sua opinião!
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