Tribunal decide que governo da Malásia é responsável ??pelo desaparecimento do pastor Raymond Koh

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

O Supremo Tribunal da Malásia, em decisão na quarta-feira, 5 de novembro, apontou o governo e a polícia como responsáveis pelo sequestro do pastor Raymond Koh, que desapareceu em 2017. Investigações anteriores sugeriram que as autoridades o teriam “desaparecido” por considerá-lo uma ameaça ao Islã.

A decisão beneficiou a esposa do pastor, que recebeu 31 milhões de ringgits (cerca de US$ 7,4 milhões) em um processo contra a polícia e o governo. “Estamos muito felizes e agradecidos a Deus por termos um julgamento justo”, comentou Susanna Liew, esposa de Raymond. Embora isso não traga o pastor de volta, é uma forma de vindicação para a família e uma maneira de honrar a memória dele, que sempre se preocupou com os outros.

O sequestro de Koh foi flagrado por câmeras de segurança, enquanto testemunhas relataram o ocorrido. Sua família mantém a convicção de que a polícia esteve envolvida, o que as autoridades sempre negaram. Relatórios da Comissão de Direitos Humanos da Malásia indicaram que a Divisão Especial da polícia, uma unidade de elite, pode ter tido participação, visto que Koh era visto como uma ameaça ao islamismo tradicional, predominante no país.

Conforme o tribunal, os policiais envolvidos tinham “visões extremistas” em relação aos cristãos e muçulmanos xiitas. O pastor Koh supostamente foi alvo por suspeitas de tentar converter muçulmanos, o que sua família nega. Na Malásia, é crime abandonar o Islã, com penalidades severas, inclusive prisão.

O tribunal determinou que, além da indenização milionária, a investigações sobre o desaparecimento de Koh devem ser reabertas e que seus responsáveis sejam punidos. O montante da indenização será administrado em um fundo fiduciário, onde a esposa e os filhos de Koh serão os beneficiários.

Koh, que foi pastor da Igreja Evangélica Livre em Petaling Jaya, fundou a Harapan Komuniti, uma organização sem fins lucrativos voltada para serviços sociais e apoio a grupos marginalizados, como pessoas vivendo com HIV/AIDS e mães solteiras.

Em uma decisão paralela, o tribunal também responsabilizou o governo pela desaparissão do muçulmano xiita Amri Che Mat, concedendo uma indenização de cerca de 3 milhões de ringgits à sua esposa, Norhayati. Ela expressou a dor de não saber o paradeiro de Amri, desejando que os responsáveis sejam responsabilizados.

Cerca de 50% da população da Malásia é composta por malaios, que devem seguir o Islã segundo a Constituição. A evangelização dos malaios é ilegal, e nos últimos anos, as leis islâmicas se tornaram mais rigorosas. Assim, todos têm o direito de praticar suas crenças, desde que não tentem converter muçulmanos.

Na Malásia, a conversão de malaios é considerada crime, e processos de mudança de religião podem levar a detenções por tribunais da sharia, com diretos civis limitados. A situação de liberdade religiosa é complexa, e a luta de Raymond Koh e outros continua a chamar atenção para as questões de direitos humanos no país.

O que você pensa sobre essa decisão do tribunal? Acha que mais casos como esse devem ser expostos? Compartilhe suas opiniões e vamos conversar sobre isso.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

EUA lança ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico na Nigéria

Um vídeo divulgado pelo Comando dos EUA mostra mísseis sendo lançados de um navio de guerra americano durante ataques contra alvos do Estado...

O envolvimento dos cristãos com as Escrituras demonstra uma sede por leitura bíblica aprofundada, mostra estudo

Resumo para SEO: estudo Logos Chronicled aponta 2 Timóteo 3:16 como o versículo mais citado no ano, com 76 milhões de sessões de...

Cristãos foram espancados, feitos reféns e tiveram suas Bíblias queimadas por hindus, na Índia

Uma violenta agressão religiosa ocorreu na vila de Titoli, no estado de Haryana, a cerca de 8 quilômetros de Rohtak, no dia 7...