Governo Federal veta mudança com impacto de R$ 7 bilhões na conta de luz e revisão de royalties do petróleo

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

O vice-presidente Geraldo Alckmin, exercendo a presidência durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África, vetou nesta terça-feira (25) partes importantes da Medida Provisória que reformava o setor elétrico. Essa decisão foi publicada no Diário Oficial da União e já havia sido antecipada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Os principais pontos vetados incluem a revisão do cálculo dos royalties do petróleo e compensações a produtores de energia renovável pelas perdas devido a cortes na produção. Essas mudanças poderiam resultar em um custo adicional de até R$ 7 bilhões aos consumidores.

Um dos veto mais significativo foi relacionado à modificação do preço de referência do barril de petróleo utilizado no cálculo dos royalties. Atualmente, esse preço é definido mensalmente pela Agência Nacional do Petróleo, utilizando uma tabela que geralmente fica abaixo do valor de mercado. A proposta de alteração, defendida pelo senador Eduardo Braga (MDB-AL), buscava basear o cálculo na média das cotações internacionais.

Silveira justificou o veto como uma medida de proteção ao plano de investimentos da Petrobras, afirmando: “Nós decidimos manter a firmeza para que a Petrobras continue com seu papel e seu plano de investimentos.”

Dentro do governo, houve uma divisão sobre o assunto. Enquanto um grupo de auxiliares apoiava a proposta pela expectativa de aumento na arrecadação e fortalecimento das contas públicas, estimando um acréscimo de R$ 4 bilhões a partir de 2026, o grupo vencedor discordou. Eles argumentaram que essa arrecadação seria equivocada, já que impactaria negativamente o fluxo de caixa da Petrobras, afetando também os repasses de dividendos e impostos ao governo federal.

Alckmin também confirmou o veto à emenda proposta pelo deputado Danilo Fortes (União-CE), que previa o repasse de compensação a usinas eólicas e solares prejudicadas por cortes de geração.

Esses cortes, determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, ocorrem quando há necessidade de reduzir a produção em certas unidades devido a condições climáticas adversas ou problemas nas linhas de transmissão.

A Abrace, que representa grandes consumidores de energia, destacou que essa despesa era a mais alta da Medida Provisória, prevendo que o pagamento de prejuízos acumulados de setembro de 2023 a dezembro de 2025 poderia elevar a conta de luz em R$ 7 bilhões. Por isso, pediram o veto.

No entanto, o governo garantiu que as empresas produtoras serão compensadas por perdas causadas por problemas técnicos na rede, mas essa responsabilidade não será totalmente repassada aos consumidores.

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Mariah Carey obtém vitória judicial e indenização em processo por plágio de “All I Want for Christmas Is You”

Mariah Carey conquistou uma vitória judicial em um processo de suposto plágio envolvendo seu hit natalino All I Want for Christmas Is You,...

Técnicos de ginástica são suspensos nos EUA por suspeita de abuso

Suspensão de treinadores da ginástica artística nos EUA marca polêmica recente Nesta...

Flora Gil compartilha foto de Gilberto Gil com Wagner Moura em show pela preservação do Teatro Gamboa, em Salvador

A esposa de Gilberto Gil, Flora Gil, mostrou um registro inédito do cantor ao lado do ator Wagner Moura nas redes sociais, na...